O ATO DE violência contra o vereador Professor Pierre, quando no exercício de sua função fiscalizatória constitucionalmente atribuída, durante visita que fez à localidade de São Lourenço, em decorrência do desabamento de uma escola municipal e um posto de saúde por ocasião das chuvas, no último dia 18, deve ser analisado à luz da política, descontando-se a emotividade que tomou conta do ocorrido.
COMPETE AO vereador, como determina a carta magna, elaborar leis e fiscalizar os atos do Executivo. E foi o que Professor Pierre fez ao apurar as razões do desabamento. Entretanto, ao exercer suas funções, foi agredido por um morador provavelmente inconformado com a presença de um político contrário ao prefeito – nascido e criado na localidade – e com fortes raízes políticas e familiares na região. Faltou, no episódio, respeito à autoridade pública legitimamente eleita pela população.
NO ESPAÇO aberto por VOZ DA SERRA para que fosse ouvida a versão do agressor, após a denúncia feita pelo Professor Pierre, ficou constatado que o mesmo optou pela agressão tomando por base a emoção desenvolvida no calor da discussão, desconsiderando a presença oficial do edil, talvez por considerá-lo adversário político do chefe do Executivo. Caberá à Justiça apurar os fatos convenientemente.
MAIS QUE DAR ao ocorrido a divulgação jornalística, AVOZ DA SERRA manteve o seu compromisso ético com a verdade, ouvindo as partes sem denotar qualquer efeito opinativo sobre o assunto. A indignação foi externada pelo meio político local, com manifestações de protestos conforme foi noticiado inclusive nas redes sociais, e também por políticos das esferas estadual e federal. Ao jornal, coube o dever de informar.
O LAMENTÁVEL episódio, embora não tenha recebido divulgação de outros meios de comunicação, não deve passar despercebido, posto que demonstra intransigência, incompreensão e desrespeito às nossas instituições políticas, tão denegridas no país, e aos seus representantes legais. O fato, infelizmente, não foi o primeiro nem será o último a ocorrer contra os políticos. É preciso, sim, mais respeito e equilíbrio com os nossos representantes legitimamente eleitos.
A DEMOCRACIA vive dos contrários. Faz parte do jogo político concordar ou discordar das correntes partidárias, porém, dentro de um ambiente de civilização e respeito. Devemos respeitar as opiniões, mas, acima de tudo, é preciso manter os ânimos serenados em nome do bem comum, para o fortalecimento da liberdade de expressão, permitindo a livre manifestação do pensamento.
O ANO ELEITORAL que se avizinha certamente irá mexer com os sentimentos da população em busca dos melhores nomes para governar Nova Friburgo. A emoção é válida, entretanto, a razão deve prevalecer, sem agressões. A opinião dos eleitores será aferida no resultado das urnas, preferencialmente num ambiente de ordem e paz social. E não através de socos e pontapés.
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