A CAMPANHA eleitoral para o governo federal tem se pautado nos últimos dias nas promessas de melhoria da educação como forma de alavancar a candidatura de Dilma Rousseff e promover a riqueza do Brasil. A "mina” de dinheiro capaz de promover esta mudança, contudo, está a 300 quilômetros da costa brasileira e a 7 mil metros de profundidade, na camada pré-sal.
NO DISCURSO de lançamento, em 2009, o ex-presidente Lula mostrou a intenção de se gastar futuramente os lucros da exploração do petróleo com a educação. Vale dizer que somente teremos retorno de tamanho projeto a partir de 2020, quando a exploração se concretizar, e até lá, enquanto os técnicos trabalham e os investidores apostam, a educação brasileira caminha à deriva do progresso e do desenvolvimento. Pegando carona na pequena rica palavra, o professorado vive de outro pré – o "pré-datado”.
ATUALMENTE, os professores protestam contra mudanças ocorridas no plano de carreira da categoria pelos governos em todo o país. Segundo os sindicatos, o governo vem diminuindo o percentual de reajuste do professorado, mas este é apenas um detalhe no universo de problemas existentes na educação nacional. Existem outros.
VALORIZAÇÃO é a palavra que não cabe no dicionário do professor. Em todas as cidades, é consenso a decepção da categoria com os rumos da educação, vitimada por todos os lados, inclusive em sua integridade física, onde já se assiste professor apanhando de aluno dentro da escola. Desenvolver este fundamental contingente de profissionais incentivando seu aperfeiçoamento e pagando-lhes salários dignos é o desafio maior a ser enfrentado.
PROMOVER a melhoria do ensino no país não deve ser motivo de barganha política e ambição eleitoral. É dever do Estado — e não dos partidos políticos — realizar a inserção do país no âmbito mundial com uma profunda reforma educacional, permitindo que num futuro próximo novos valores sejam introduzidos na sociedade, possibilitando uma formação profissional compatível com o crescimento que se deseja.
A COMEMORAÇÃO do Dia do Professor, hoje, deve ser vista como um sinal de alerta para que as mudanças sejam feitas em nome do futuro. Nossas crianças sofrem com a falta de planejamento da educação brasileira que prejudica sua formação, retarda a sua capacitação e impede o país de caminhar no mesmo compasso que as nações desenvolvidas. Vamos mudar o país, como prometem os candidatos. E vamos começar pela escola.
Deixe o seu comentário