Editorial - Educar para inovar

segunda-feira, 26 de outubro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

VIROU moda no discurso político brasileiro a expressão empreendedorismo. Todos querem empreender, propõem medidas visando ao empreendedorismo, como se a palavra fosse suficiente para transformar o desemprego em sólidos negócios, a falta de perspectiva em confirmação de sucesso. Todos pronunciam a palavra, mas ainda falta muito para o Brasil virar empreendedor de verdade.

O TERMO designa principalmente aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovadora, de se dedicar às atividades de organização, administração, execução; principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e bens em novos produtos gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. É o profissional inovador que modifica, com sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano.

ESTA semana a Câmara aprovou projeto criando o Programa Jovens Empreendedores. O programa poderá ser oferecido como atividade extracurricular ou inserido na grade curricular, a critério do estabelecimento de ensino. O objetivo é despertar o espírito empreendedor nos jovens estudantes.

EMBORA com todos os esforços oficiais, o Brasil continua à margem da legalidade. Pesquisa do IBGE revelou que a economia informal no país vem aumentando ano a ano. O empreendedorismo, por paradoxal que seja, tem os seus efeitos negativos, inclusive numa cidade como Nova Friburgo. Aqui, assim como nas demais cidades, a economia informal tem sólidas raízes, motivadas por problema nacional – o desemprego.

SEGUNDO pesquisadores, parte deste crescimento ocorreu devido ao emprego de políticas errôneas que trataram o problema de forma homogênea. O setor informal, por sua diversidade, requer a adoção de políticas específicas para determinados segmentos dentro dessa ampla informalidade, e não de forma genérica. Essa falta de visão impede, pois, que se trate dos problemas de maneira efetiva, inclusive por parte do governo.

PARA UMA cidade que precisa correr atrás do tempo, tais dificuldades impedem o seu crescimento, aumentam a crise de emprego e favorecem a economia informal com uma presença cada vez maior no PIB friburguense. Some-se às dificuldades estruturais a carga tributária municipal, que eleva ainda mais o ônus das empresas.

PROPOSTAS como o empreendedorismo precisam, antes, ganhar a atenção da comunidade, que deve se preocupar com a formação técnico-profissional dos jovens e, mais ainda, com a qualidade do ensino formal. Sem uma base educativa sólida, o empreendedor não terá boa vida no acirrado mercado globalizado. O empreendedorismo de que tanto se fala passa obrigatoriamente, pela qualificação escolar. O que deveria ser um bom começo de carreira para qualquer cidadão tornar reais os seus projetos de vida.

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