Editorial - Duas rodas, uma filosofia

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

EM TEMPOS de saturação do sistema de transporte nas metrópoles brasileiras, a cidade do Rio oferece uma opção saudável, ecológica e econômica para quem convive com um clima tropical e elevadas temperaturas: a bicicleta. São mais de 200 quilômetros de ciclovias espalhados por muitos bairros, num exemplo que vale a pena ser copiado.

SEGUNDO as autoridades, quando elas começaram a ser construídas, havia 70 mil bicicletas na cidade. Anos depois, esse número multiplicou por dez, chegando a quase 700 mil no início deste século. O aumento é expressivo, mas ainda não dá para concorrer com os quase 2 milhões de carros que trafegam pelas ruas da capital do estado.

A CONVIVÊNCIA é desleal, mas pode ser pacífica quando as leis de convivência entre veículos e bicicletas são respeitadas. O problema é que as pessoas não veem as bicicletas como um veículo. E é preciso lembrar que os ciclistas devem obedecer as leis previstas no Código de Trânsito Brasileiro e, por outro lado, devem ser igualmente respeitados. Existem regras de convivência entre carros e bicicletas, previstas no código. O problema é que a maioria não sabe disso.

NA CLASSIFICAÇÃO de prioridade no trânsito, o ciclista está em segundo lugar. De acordo com o CTB, o pedestre vem em primeiro e em terceiro vem o motorista. Na prática, isso significa que o carro deve dar a preferência à bicicleta que deve ceder a vez às pessoas a pé. Cada um dos três tem sua via especial, a do ciclista é a ciclovia. Ele também pode andar nas ruas, mas nunca nas calçadas.

FRIBURGO também tem inúmeras possibilidades de aumentar o número de ciclistas e ciclovias. Mas também é preciso fazer muita coisa, como criar sinalização específica para bicicletas e até alterar algumas regras para veículos, como a redução da velocidade em certas vias da cidade, para maior segurança dos ciclistas.

A BICICLETA poderia substituir o carro ou o ônibus no transporte de trabalhadores se houvesse mais segurança no trânsito, novas ciclovias e a criação de faixas especiais nas ruas e avenidas. Se isso acontecesse, Nova Friburgo ganharia muito em controle da poluição, na diminuição dos engarrafamentos e no aumento da qualidade de vida de seus moradores.

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