NO CAMAROTE do governo estadual na Marquês de Sapucaí, o vice-governador Luiz Fernando Pezão, também secretário de Obras, disse que vai entregar à presidente Dilma Rousseff, até o dia 18, um levantamento sobre a tragédia na Região Serrana fluminense e sobre os custos para a reconstrução. Para a alegria dos que não tiveram um carnaval, a notícia tem um destaque relevante.
A DECLARAÇÃO do administrador está respaldada pela necessidade de apoio do governo federal em verbas e recursos materiais. Até o momento, passados quase dois meses da trágica ocorrência, a população dos municípios atingidos aguarda providências que possam ser chamadas de reconstrução. Inúmeros locais esperam medidas para remoção de escombros e outros serviços de desobstrução para, depois, iniciarem os demais trabalhos da reconstrução propriamente dita. O drama da população não se restringe a Nova Friburgo.
ALÉM DA reconstrução de 260 encostas e 190 pontes, a matemática financeira inclui a solução habitacional para suprir as vítimas desabrigadas e desalojadas da região, que são milhares. Até agora, a opção do governo pela região da Fazenda da Laje resolve em parte o problema habitacional que a chuva impôs, porém não supre o déficit habitacional friburguense e deverá resolver uma questão urbanística à altura da criação de um novo bairro na cidade, com população estimada de 12 mil moradores. Uma “Macuco” encravada em Conselheiro Paulino em pouco tempo.
A TRAGÉDIA também determinou um novo posicionamento frente às centenas de pequenas confecções de moda íntima que estão localizadas em bairros populosos e que também foram atingidas. Assim como elas, outras indústrias estão vulneráveis às tragédias naturais e, por sua importância, poderiam estar abrigadas num distrito industrial com infraestrutura adequada, inclusive com trabalho de prevenção ambiental e cuidados com a natureza. Não devemos excluir a questão ambiental de qualquer solução para a reconstrução de Nova Friburgo.
NA ÁREA rural, cujas consequências foram dramáticas, muitas medidas já estão sendo adotadas, como o crédito aos produtores e apoio com máquinas e equipamentos. A produção rural na região, seriamente afetada, não pode ficar sem este apoio, pois é um celeiro alimentar da qual depende boa parte da população da região metropolitana do Rio e da própria região. Mas o desafio será avaliar as novas áreas de risco e promover um remanejamento de culturas, se necessário.
O CARNAVAL ficou para trás e as atenções, novamente, voltam-se para a reconstrução. Sabemos que teremos muito trabalho pela frente e que as verbas públicas precisam ser garantidas para planejar adequadamente o que é preciso ser feito. A população crê no discurso das autoridades, que estão prometendo todo o apoio. Agora é hora de começar a praticar esta fundamental ajuda.
Deixe o seu comentário