Editorial - Crescer e empregar

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

O IBGE pesquisou e apurou que o país está na contramão dos países desenvolvidos quanto ao desemprego. Em novembro, a taxa nacional baixou para 7,4%, a segunda menor do ano e também a segunda menor desde que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística criou a série histórica, em março de 2002. Saímos da crise empregando mais que a economia americana e a europeia.

AINDA que o resultado seja expressivo, principalmente na conturbada economia mundial do pós-crise, deve ser comemorado com cautela, inclusive em Nova Friburgo. Sem números consolidados para confirmar a tendência positiva, caracterizando um crescimento, sindicatos das categorias unem-se aos empresários numa só ladainha contra o arrocho econômico, as taxas de juros e a baixa cotação do dólar que inibe as exportações.

EMPRESAS e empregados encontram-se hoje no mesmo lado. As primeiras lutam para manterem os negócios em atividade, enfrentando dissabores de toda ordem, principalmente tributária e fiscal. No caso friburguense, a preocupação é também com a ameaça dos manufaturados chineses que invadiram os mercados, colocando em risco a produtividade dos produtos friburguenses da moda íntima.

A INDÚSTRIA têxtil brasileira investiu na modernização do parque industrial e na abertura de novos mercados, que também são ameaçados pela agressividade chinesa, agravado pela baixa cotação do câmbio, o que prejudica a concorrência. O resultado ainda não foi pior porque existe residual de contratos fechados e que ainda estão sendo realizados com prejuízo.

O PARQUE da moda íntima friburguense está em franca expansão e tem boa aceitação no mercado mundial, conforme comprovam o volume das suas vendas. Porém, o comércio global mostra que as dificuldades encontradas prosseguirão enquanto o governo não der as necessárias salvaguardas para impedir a expansão de produtos que chegam ao Brasil e a muitos outros países de forma ilegal e preocupante.

O CRESCIMENTO do país depende fundamentalmente da nossa capacidade de investimento. Com um parque têxtil moderno e mão de obra qualificada, o que falta é desonerar a economia, reduzindo impostos, simplificando a burocracia e estimulando o desenvolvimento. Sem estas variáveis dificilmente o setor conseguirá ficar em vantagem nessa luta desleal. O desafio permanece e preocupa.

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