O ALTO custo estimado pela Empresa de Obras Públicas (Emop) para fazer as obras de contenção de encostas e outros serviços do governo essenciais à reconstrução de Nova Friburgo deixa todos em expectativa para a efetivação das obras, oito meses após a tragédia e próximo a um novo período de chuvas. O friburguense corre contra o tempo.
CENTENAS—senão milhares—de moradias deverão ser construídas para atender desalojados e desabrigados, além dos que buscavam uma casa própria antes da tragédia, engrossando mais a carência habitacional. A reconstrução exigirá uma grande mobilização de homens e máquinas, e espera-se brevemente que a cidade tenha um grande um canteiro de obras.
A ÁREA rural do município seriamente atingida está recebendo ajuda oficial, quer do governo estadual e as respectivas secretarias e o federal, através de seus ministérios, além de entidades internacionais de financiamento, como o Banco Mundial. Construção de pontes danificadas, apoio técnico, máquinas e implementos e facilidades financeiras estão sendo adotadas, garantindo o retorno da produção agrícola no município.
CONTUDO, o dinheiro não tem chegado aos micro e pequenos empresários que perderam com a enxurrada e precisam de fôlego financeiro para se reerguer. Os bancos impõem barreiras intransponíveis para o empresário obter financiamento do BNDES, exigindo garantias incompatíveis com a dimensão da perda ocorrida em Nova Friburgo, em total falta de sintonia com a realidade da economia local, situação que perdura já há oito meses.
PIOR ainda, o BNDES não enxergou a dificuldade e nada fez para cumprir a sua função social, como sugere o seu nome, de atender os pequenos e grandes empresários que batem à sua porta em busca de financiamentos. Infelizmente, a ajuda disponibilizada aos bancos não chegou a quem tanto precisava. Sem dinheiro, a reconstrução de muitas indústrias friburguenses estará comprometida, o que pode acarretar fechamento de negócios e demissão de trabalhadores.
COM UM cronograma de trabalho rigoroso para a reconstrução da cidade, o que mais precisamos no momento é da união de esforços, inclusive dos interesses políticos, procurando uma harmonia para esta longa tarefa de todos nós. A reconstrução de Nova Friburgo está acima dos políticos e da política. É um direito de todos.
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