UMA LEI criada pelo vereador Marcelo Verly em fevereiro passado obriga os estabelecimentos de ensino particulares e públicos de Nova Friburgo a oferecerem uma alimentação saudável como parte do cardápio escolar. A lei compatibiliza as escolas com a dura realidade que já preocupa os pais, mestres e até mesmo os governos – a obesidade dos jovens brasileiros e a falta de cuidados com a alimentação ingerida pelas crianças.
COM CERTA frequência este jornal denuncia um problema que acontece diariamente na rede de ensino pública – municipal ou estadual -, qual seja o da alimentação escolar. Por falta de verbas suficientes, as escolas fazem verdadeiros malabarismos para colocar um prato de alimentação saudável à frente de seus alunos. Mesmo assim, faltam os principais ingredientes capazes de melhorar a qualidade nutricional de nossas crianças.
OS PROGRAMAS de alimentação lançados pelos governos federal e estadual, com títulos sugestivos e popularescos não chegam às mesas dos estudantes ou, quando chegam, não traduzem em dinheiro o investimento necessário para tal. As verbas minguadas mal conseguem adquirir o básico de uma refeição balanceada, deixando fora do cardápio inúmeros itens que complementariam com qualidade nutricional a alimentação estudantil. O resultado é uma comida reduzida a poucos itens, deixando a desejar.
NUMA CIDADE como Nova Friburgo, onde milhares de crianças dependem da refeição escolar como base de sua alimentação diária, tal carência cria uma nova geração de desnutridos e, certamente, influi no rendimento escolar e na própria formação da estrutura física das crianças. O resultado tem consequências diretas no futuro das próximas gerações. Má alimentação durante o crescimento da criança provoca sérias complicações durante o resto de suas vidas.
O PROBLEMA consegue ser amenizado com a previsão orçamentária extra que o governo costuma adotar para suplementar a alimentação, mas assim mesmo é insuficiente para uma refeição adequada. A solução ainda não está à vista de nenhum administrador, o que prolonga o problema por anos e anos.
SE A MERENDA escolar é realmente a única refeição consistente de muitas crianças das escolas públicas, o problema ganha dimensões cujas soluções não ficam restritas ao próprio governo. Trata-se de um caso de verdadeira calamidade social e que deveria merecer uma avaliação mais objetiva de toda a sociedade.
NÃO BASTA que a solução seja tomada apenas pelas lideranças políticas. É preciso um envolvimento comunitário bem maior, extrapolando as determinações legais, utilizando-se a solidariedade como ferramenta de ação. Com um parque industrial sólido e uma agricultura forte, o município tem todas as condições de digerir esse problema, atenuando a crise da alimentação escolar através de uma ampla participação da comunidade. Afinal, é o futuro das crianças friburguenses que está em jogo.
PARA ISSO, é preciso que as entidades comprometidas com a responsabilidade social também façam a sua parte, auxiliando a população para a solução desse problema, permitindo que, com a barriga cheia, e saudável, os alunos consigam superar os baixos índices de desempenho escolar que hoje maculam a qualidade do ensino friburguense.
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