O PRESIDENTE Lula deu o tom da crise financeira que assola os países, ao pedir anteontem a prefeitos e governadores que apertem o cinto da economia e gastem menos, pois cada um está procurando as próprias soluções para o problema. É um ‘salve-se quem puder’ e o dinheiro vai faltar para muitas cidades. Com isso, a crise também chega ao Palácio Barão de Nova Friburgo, como não poderia ser diferente.
ALÉM DA falta de dinheiro mundial, os efeitos das altas taxas de juros praticadas no país continuam vitimando a sociedade produtiva organizada e afastando ainda mais a economia informal de sua ampla reestruturação. A queda na produção industrial este ano, conforme verificado na comparação com 2008, é um indicativo de que a crise econômica não está debelada. Ao contrário, o sonho está acabando e a realidade brasileira mostra o lado mais perverso da crise.
SE PARA os governos, a situação econômica vai motivar a redução de gastos, para os cidadãos não poderá ser diferente. Metade da população brasileira está endividada, de acordo com o Banco Central. São 80 milhões de pessoas que têm dívidas que somam mais de meio bilhão de reais só com a rede bancária. A tentação do crédito fácil, do superparcelamento, tem levado muitos à beira da inadimplência, aumentando os riscos do endividamento.
A SOLUÇÃO para o momento é pisar no freio do consumo e aguardar oportunidades que valham a pena e, não, simplesmente se encantar com as facilidades do crediário a longo prazo. A hora, mais que gastar, é de economizar, evitando-se os supérfluos e focando os hábitos de consumo apenas nos itens indispensáveis. É bom guardar para esperar o momento oportuno.
O APELO do presidente Lula, contudo, não inviabiliza projetos em andamento. O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), de cujas obras o município se beneficiará, não sofrerá alteração em seu cronograma, assim como o estímulo dado à construção civil, com a proposta de 1 milhão de novas residências. Nova Friburgo, apesar da crise, poderá crescer.
AS OBRAS de proteção contra enchentes sonhadas pelo friburguense felizmente não sofrerão solução de continuidade. O sonho da casa própria, por seu lado, depende de planejamento e detalhamento, inclusive das linhas de financiamento para a aquisição de moradias, sem falar na manutenção urbana que os futuros núcleos populacionais irão exigir. A crise tem solução e a hora é usar a criatividade para superá-la.
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