A CÂMARA MUNICIPAL por vezes dá a impressão de não desejar informar todos os procedimentos existentes na execução dos trabalhos dos vereadores, prestando um serviço transparente para a comunidade, como mandam a lei e a ética. Frequentemente, manobras políticas são tomadas visando minimizar os acontecimentos ou mesmo impedir a ação de determinados parlamentares no exercício de seus mandatos.
VEREADORES da oposição têm se queixado dos impedimentos apresentados para a aprovação de projetos de interesse comunitário e que sofrem derrotas no plenário, sentindo-se prejudicados pelo conhecido "rolo compressor”, cumprindo determinações do governo. Sem condições de fazer frente a essa maioria, muitos projetos deixam de fazer parte dos trabalhos e são arquivados ou postergados indefinidamente.
OS EXEMPLOS são muitos e recentemente o projeto apresentado pelo vereador Cláudio Damião (PT) sobre o Sistema de Transparência do Legislativo ainda não foi apreciado. Desde 2013, quando foi apresentado, o projeto de resolução legislativa tinha como objetivo dar mais transparência à utilização dos recursos financeiros daquele Poder, fazendo parte, inclusive, do portal do Legislativo na internet, para ciência da população. Mas continua estagnado, dependendo de votação.
MUDANÇAS sempre são propostas pelos governos que assumem os mandatos tentando dar uma feição diferente à máquina pública, ocupando espaços e definindo novas filosofias de trabalho. Todos os governantes, indistintamente, tentam fazer da máquina pública um modelo "ideal” de trabalho, redefinindo a cada gestão o tamanho do governo. Desde que, evidentemente, contem com uma base de sustentação política. É assim no plano federal, estadual e por que não, nos municípios.
DIVERSAS críticas são feitas pelos governantes aos governos anteriores, acusados de não fazerem a coisa certa. Reclamam no "inchaço” da máquina, dos excessivos gastos públicos e do endividamento que recebem como herança de gestões passadas. Porém, como num moto- contínuo, também não deixam por menos e adotam posturas que serão questionadas no futuro por outros mandatários, fechando o ciclo.
A GESTÃO PÚBLICA de Nova Friburgo, devido a sua diversidade, requer pessoas certas no lugar certo e daí planejando uma estratégia de captação de recursos e parcerias que se transformem em benefícios para a população. Criatividade, competência e uma boa dose de amor pela cidade fazem a diferença nestes tempos de mudança. E, principalmente, uma nova postura frente à modernidade e aos compromissos de uma sociedade mais justa e igualitária.
UMA coisa, porém, qualquer governo não deve fazer: impedir o livre exercício da atividade política, permitindo que as minorias tenham voz e, com isso, ouvir todos os segmentos da população. Isto vale tanto no plano federal, como vimos recentemente com a criação de uma CPI específica para investigar os atos da Petrobras, a contragosto do governo Dilma Roussef, como no plano municipal. É preciso que o município abandone práticas políticas restritivas e se integre às atitudes democráticas condizentes com as exigências da sociedade.
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