VEM GANHANDO força em toda a sociedade brasileira a discussão sobre a reforma política, como forma de estancar a onda de irregularidades na vida pública, praticamente interminável. O mais recente escândalo da vida parlamentar brasileira é o que trata dos atos secretos emitidos pelo Senado, ora sob o estarrecimento da opinião pública e os olhos atentos da Polícia Federal. O número de decisões clandestinas pode passar de mil. A lama respinga até mesmo no presidente da Casa, o ex-presidente da República José Sarney.
O TRIBUNAL de Contas da União (TCU) abriu um processo para investigar as decisões administrativas irregulares. E está requisitando todos os atos secretos que autorizaram o pagamento de horas extras, concessão de benefícios, demissões de parentes de senadores e de funcionários. Atos que passaram a valer sem ser publicados, desrespeitando a Constituição Federal e que deveriam ser anulados, cabendo o ressarcimento ao Tesouro Nacional.
O CIDADÃO brasileiro cada dia se desencanta mais com relação ao processo político, fato este comprovado a cada período eleitoral, evidenciado pelos votos brancos, nulos e abstenções verificadas em cada eleição. Diferentemente do que ocorre em outros países, o brasileiro não se sente atraído nem vinculado a políticos ou partidos políticos. Em razão de sua dimensão e complexidade, os partidos distanciaram-se do indivíduo, as decisões políticas são tomadas em gabinetes, entre um punhado de líderes partidários, sem que haja a menor condição de participação popular.
COM O objetivo de obter vantagens individuais imediatas, os políticos hoje, infelizmente, não representam mais a sociedade, esquecendo que os partidos são associações de pessoas unidas pelos mesmos ideais. Hoje os partidos chegam ao cúmulo de omitir seus endereços para evitar o ingresso de novos associados que possam vir a tumultuar a ‘paz interna’ dos detentores do comando político.
A INFLUÊNCIA negativa decorrente dessa ausência atinge a todos os municípios, indistintamente. A mudança poria fim a uma série de dissabores e escândalos que hoje assolam a sociedade brasileira, transmitindo a perspectiva de melhores dias para a nossa democracia. O desafio é grande, mas a vontade popular poderá obter êxito na medida em que os parlamentares forem pressionados pelos eleitores a discutir e votar o mais rápido possível a sonhada reforma.
OS POLÍTICOS que vislumbram as eleições de 2010, disputando as cadeiras do Legislativo fluminense e no Congresso Nacional deveriam mostrar ao eleitor um novo viés das atribuições públicas, lutando pela moralização de uma classe que, se está ruim com ela, através do desempenho de alguns irresponsáveis, ainda é a melhor alternativa para atender os grandes desafios da sociedade brasileira.
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