Editorial - Aliado em duas rodas

quinta-feira, 12 de agosto de 2010
por Jornal A Voz da Serra

O GRUPO chinês Kasinski anunciou semana passada a instalação da primeira fábrica para veículos movidos a eletricidade no Brasil. Deverá funcionar no município de Sapucaia, no Centro Norte fluminense, gerando 150 empregos e produzindo veículos elétricos de duas rodas beneficiando-se das vantagens fiscais oferecidas pelo governo estadual para o setor. O ‘Estado da Bicicleta’ ganha um forte aliado que vem somar a duas outras indústrias de bicicletas já instaladas no estado do Rio.

MAIS QUE gerar empregos diretos, a nova fábrica acena para a perspectiva de mudança da matriz do transporte urbano, adicionando um novo suporte tecnológico como são os veículos elétricos. E mais ainda com as bicicletas, que ressurgem com toda a força no mercado mundial sendo acompanhado também pelo Brasil, embora de forma tímida. Porém já avançamos bastante e hoje algumas cidades podem se orgulhar disto.

EM TEMPOS de saturação do sistema de transporte nas metrópoles brasileiras, a cidade do Rio oferece uma opção saudável, ecológica e econômica para quem convive com um clima tropical e elevadas temperaturas – a bicicleta. São mais de 200 quilômetros de ciclovias espalhados por muitos bairros, num exemplo que vale a pena ser copiado.

SEGUNDO as autoridades cariocas, quando elas começaram a ser construídas, havia 70 mil bicicletas na cidade. Anos depois, esse número multiplicou por dez, chegando a quase 500 mil no início deste século. O aumento é expressivo, mas ainda não dá para concorrer com os mais de 2 milhões de carros que trafegam pelas ruas da capital do estado.

A CONVIVÊNCIA é desleal, mas pode ser pacífica quando as leis de convivência entre veículos e bicicletas são respeitadas. O problema é que as pessoas não veem as bicicletas como um veículo. E é preciso lembrar que os ciclistas devem obedecer as leis previstas no Código de Trânsito Brasileiro e, por outro lado, devem ser igualmente respeitados. Existem regras de convivência entre carros e bicicletas, previstas no código. O problema é que a maioria não sabe disso, ou não respeita.

NOVA FRIBURGO possui inúmeras possibilidades de aumentar o número de ciclistas e de novas ciclovias. Mas também é preciso fazer muita coisa, como criar sinalização específica para bicicletas e até alterar algumas regras para veículos, com a redução da velocidade em certas vias da cidade para maior segurança dos ciclistas e pedestres.

A BICICLETA poderia substituir o carro ou o ônibus no transporte de trabalhadores, no lazer e no esporte, se houvesse mais segurança no trânsito, novas ciclovias e a criação de faixas especiais nas ruas e avenidas. Se tal acontecesse, Nova Friburgo ganharia muito em controle da poluição, na diminuição dos engarrafamentos e no aumento da qualidade de vida de seus moradores.

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