TEM SIDO observado em segmentos do governo e em grupos da comunidade cultural de Nova Friburgo o desagrado quanto ao nome dado ao teatro municipal erguido na gestão da prefeita Saudade Braga no Corredor Cultural do Suspiro. A ex-mandatária homenageou o escritor e dramaturgo nordestino Ariano Suassuna, contrariando os que preferiam destacar uma figura mais integrada à realidade artística e cultural do município e mesmo do estado do Rio de Janeiro.
O GESTO da ex-prefeita, deixando de ouvir a comunidade cultural quanto a este importante detalhe, determinou, o nome do escritor e, apesar de alguma surpresa, não houve, na época, quem fosse contrário à medida. O assunto agora volta à baila, de forma velada, quase conspiratória, questionando e sugerindo nomes que pudessem substituir o consagrado escritor brasileiro.
A ATITUDE contrária ao nome causa espanto por se tratar de uma ruptura dos padrões culturais criando uma espécie de ‘satanização’ do homenageado, que inclusive veio a Nova Friburgo receber a honraria. Por que gesto tão antipático para corrigir um equívoco? Será o escritor punido pelo gesto inadvertido da ex-mandatária?
ESTÁ CERTO quem pensa em figuras friburguenses ligadas às artes e à cultura que também poderiam receber do governo municipal a justa homenagem. Também está certo quem pensa em não modificar o que já existe, achando tudo uma questão meramente política e sem benefício algum à comunidade. Deixar como está, muitas vezes, é a solução mais criativa.
PORÉM, À luz da legislação, o ato que determinou o nome de Ariano Suassuna contraria a proibição expressa de se dar nome de pessoas vivas a bens e serviços públicos de qualquer natureza, conforme a Lei Orgânica Municipal. Corrigir o erro requer, além de vontade política, a devida orientação jurídica para não se cometer outro deslize constrangedor como o que está ocorrendo.
SE O NOME do teatro municipal está incomodando tantos, que se cumpra a lei, corrigindo o erro, tratando-o inominadamente. Contudo, qualquer que seja a decisão, fica a lição para que outros acontecimentos dessa natureza não venham a acontecer. Ariano Suassuna está sendo a primeira vítima dos gestos impensados dos governantes que não consultam os que saberiam fazer melhor.
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