NUM programa de televisão o governador do Distrito Federal, Roberto Arruda, afirmou ter errado quando mentiu no escândalo de violação do painel de votação do Senado, em 2001, que culminou com a sua renúncia naquela época. E mentiu porque era “igual a todos os políticos brasileiros”, como fez questão de explicitar aos telespectadores que lhe assistiam.
COMO no Brasil a queda é para cima, o governador candidatou-se a deputado federal em 2002, hoje governa Brasília e vai disputar mais uma no ano que vem, a reeleição ao Distrito Federal. Da tramoia ardilosamente executada pelo ex-presidente do Congresso e do Senado, Antonio Carlos Magalhães, o ACM, até os dias de hoje, pouco se puniu contra os parlamentares faltosos no Conselho de Ética. A mentira, pelo que se vê, compensa.
ESTÁ gravada no consciente nacional a maléfica associação da mentira com a política. A dobradinha está em toda a parte, nas campanhas eleitorais com as famosas promessas de candidatos aos acordos descumpridos dos governantes e mesmo a traição política. E mudar a natureza humana associada aos interesses materiais é tarefa impossível.
OS diversos escândalos que não foram punidos no Brasil mostram que a impunidade tem dominado a cena política, perdoando condenados que não deveriam fazer parte do conjunto de cidadãos que criam as leis no país. Porém, infelizmente o perdão também se associa ao tempo que tudo apaga. Assim acontece também com políticos de passado nebuloso que hoje voltam ao poder pelas urnas da democracia.
UM bom exemplo é o do senador Fernando Collor de Mello. presidente da República afastado do poder pelo impeachment do Congresso, voltou à cena nacional ao sentar numa das 81 cadeiras daquele importante Poder, eleito pelo povo alagoano. Mas existem muitos outros exemplos que os cidadãos conhecem muito bem.
EM 2010, mais uma vez, o eleitor irá escolher o presidente, governadores, senadores e deputados. E, ao que parece a velha mentira voltará a frequentar os palanques de campanha, começando um novo ciclo de promessas e juras. Devemos continuar elegendo e reelegendo candidatos com o mesmo perfil político ou tentamos outras lideranças na sociedade que possam nos representar, isentos do rótulo de ‘mentiroso’?
Deixe o seu comentário