MESMO com tantos projetos expansionistas de desenvolvimento e progresso, Nova Friburgo continua sofrendo males antigos que por diversas administrações foram negligenciados e se constituem em efetivo problema de urbanidade e civilização nos dias de hoje. O perigo está perto de todos, nas calçadas da cidade. A reportagem de Flávia Namen e fotos de Amanda Tinoco na edição desta segunda mostrou, novamente, como é difícil ser pedestre frente aos imprevistos que surgem a cada passo. Sem falar no sufoco que os cadeirantes são obrigados a enfrentar.
A SEMANA Nacional de Acessibilidade, iniciada no dia 21, mostra que as medidas de proteção ao cadeirante ainda estão longe de serem cumpridas, embora exista legislação específica disciplinando o assunto, contando, inclusive, com o esforço da ONU através de uma Convenção, e do Decreto 5296/2004, que dá prioridade no atendimento a pessoas com deficiência
SE AS RUAS da cidade, esburacadas, são um tormento para os motoristas, as calçadas friburguenses representam um risco semelhante aos usuários. As quedas estão se constituindo em problema sério não apenas para os idosos, como para todas as idades. Crianças e adultos também sofrem com a falta de manutenção, agravada ainda pelo uso indevido das más conservadas vias pelos ciclistas, outro fator de risco para todos os passantes.
DESNIVELADAS e apresentando sérios desgastes, as calçadas de Nova Friburgo não fazem parte do cartão-postal vendido a turistas. Ao contrário de muitas cidades que possuem ruas floridas, com calçadas convidativas ao passeio, as nossas infelizmente ficam à mercê da responsabilidade dos proprietários, dos custos da obra remodeladora e do gosto estético dos mesmos, contando com a indiferença do governo no trabalho de fiscalização.
TAMBÉM tem sido noticiado com frequência um grande número de atropelamentos e colisões com vítimas, provocados pelo trânsito em nossa cidade. Apressados e sem cautela, inúmeros motoristas e mesmo pedestres são vítimas de acidentes por falta, muitas vezes, de uma maior conscientização sobre os riscos que a difícil convivência com o automóvel provoca. O choque de ordem proposto em vigor também deveria incluir uma reeducação de motoristas e ciclistas e a formação de novos cidadãos através da educação.
AO GOVERNO, cabe a responsabilidade de manter as nossas vias em condições de serem utilizadas com segurança, oferecendo aos motoristas e usuários pistas que não sejam transformadas em vias de perigo iminente. E quanto às calçadas, torna-se necessário o envolvimento dos proprietários para que façam a devida manutenção como forma de evitar acidentes e possíveis questionamentos jurídicos de responsabilidade. É o mínimo que se pode fazer.
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