O GOVERNO estadual deu o sinal verde para obras de reconstrução da cidade, um ano após a tragédia que matou, feriu, desabrigou e arruinou centenas de famílias friburguenses naquela fatídica noite do dia 11 e madrugada de 12 de janeiro. A ajuda oficial chega com muito atraso para acalmar uma população que há exatos 365 dias sofre e anseia por mais tranquilidade para viver.
TAMBÉM a exato 1 ano a classe empresarial friburguense sofre com os efeitos da chuva. Dificuldades burocráticas de toda ordem surgiram para retardar empréstimos à iniciativa privada, cujas indústrias foram seriamente atingidas. Também o comércio e o setor de serviços sofreram com o retardo e a morosidade, que em muitos casos perdura até os dias de hoje.
O DRAMA dos que perderam suas casas na tragédia ainda não chegou ao fim, passado um ano da tragédia e esbarra em fortes argumentos para continuar a atingir inúmeras famílias. Dificuldade na aquisição de terrenos confiáveis para a construção é um forte impeditivo para o sonho da casa própria do friburguense. Infelizmente, a solução não está próxima. Os aluguéis sociais, por sua vez, atendem parte da população atingida, deixando muitos sem a contribuição do governo.
O QUADRO político friburguense também contribuiu fortemente para aumentar o grau de instabilidade no município, envolvendo-se com querelas políticas e a má distribuição das verbas oficiais e doações, manchando na mídia nacional e internacional o nome da cidade já envolta na tragédia climática. O ano transcorreu entre o litígio e a incapacidade dos políticos em agirem na defesa dos legítimos interesses friburguenses.
QUEM AGIU, e agiu bem, foi a Defesa Civil, que neste ano reestruturou-se e implantou sistemas preventivos de defesa contra deslizamentos, alertando a população com um novo sistema de alarmes e controlando a vazão dos rios. Desde janeiro passado, a Defesa Civil transformou-se efetivamente no braço direito da população, ganhando a confiança de todos, monitorando corretamente a cidade, transmitindo orientações precisas e apoiando a comunidade nos momentos mais difíceis.
SE A VERBA oficial foi escassa, a solidariedade humana foi abundante. É de se reconhecer o trabalho das entidades assistenciais do município que, juntamente com outras instituições da sociedade organizada, como a Acianf, a Firjan e a CDL, foram responsáveis por grande parte do material doado aos mais necessitados e por levar as reivindicações às autoridades. O trabalho permanece a despeito das adversidades e revela o grau de comprometimento de tais instituições com os que foram prejudicados com a chuva e com o futuro da cidade.
ESTAMOS vivendo hoje o início da grande tarefa de reconstrução. Um ano se passou e pouco foi feito, embora a comunidade tenha cumprido a sua parte participando da vida friburguense através da produtividade, gerando emprego e renda. Ainda não estamos refeitos da tragédia, mas podemos demonstrar sinais de reconstrução. Agora, cabe ao governo fazer a sua parte.
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