O AUMENTO da tarifa de ônibus em Nova Friburgo conseguiu desagradar até a quem não utiliza o serviço na cidade e provocou duras críticas do Legislativo, que por unanimidade posicionou-se contrário ao reajuste de 25% autorizado pelo governo municipal. Os vereadores mantiveram sintonia com a população quanto ao novo valor cobrado, que pesa no orçamento familiar.
A CORREÇÃO, vista à luz insensível da matemática, responde ao congelamento da tarifa em anos anteriores, obrigando a concessionária a suportar todos os encargos com a manutenção da frota por longos períodos. Embutido no novo valor está ainda o compromisso da empresa em adquirir novos ônibus e implantar a bilhetagem eletrônica, permitindo a integração entre as linhas fora da rodoviária urbana.
AO PLEITEAR o reajuste, a concessionária nada mais fez que expor as necessidades de atualização de um segmento que presta importante serviço à comunidade e que precisa sobreviver mantendo a frota em permanente utilização e, portanto, com manutenção constante. E os trabalhadores tiveram um reajuste compatível com o tempo no qual ficaram sem aumento.
O GOVERNO municipal, por seu lado, manteve a postura de compreender as razões de ambos os lados, autorizando o reajuste. As planilhas apresentadas foram suficientes para a decisão governamental, porém, o ato se instala na insatisfação popular contra mais este aumento.
O MUNICÍPIO, por mais que sonhemos o contrário, vive a dura realidade do assalariado cuja renda mal chega aos dois salários-mínimos. O preço do transporte pesa naturalmente no bolso de uma grande parcela da nossa população e deveria ser avaliado como um componente da qualidade de vida e do desenvolvimento humano compatível com o ganho da maioria friburguense. Mas a matemática nem sempre é sensível a isso.
O ASSUNTO terá desdobramentos, inclusive políticos. Porém, mais que o interesse de um segmento, está a vontade popular, que deixa nas mãos dos governantes que elegeram a responsabilidade pela decisão justa e de acordo com a realidade econômica da população. Mais um desafio para o governo enfrentar nestes primeiros cem dias.
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