As redes sociais nos apresentam com uma velocidade frenética muitas informações. Cada qual pode opinar e postar o que quiser. Quando o assunto é religião numa rede social, quaisquer opiniões são sempre delicadas. É comum encontrar pessoas duelando para defender o seu ponto de vista. Ao nos lançarmos para fora dos muros eclesiais nos deparamos com um mundo multicolor. Um mundo pós-moderno e globalizado, onde religiões de todos os tipos e jeitos oferecem sua ‘verdade’. Como agir num contexto assim? Certamente respeito ao diferente é a primeira postura cristã. Tal premissa lança os cristãos a buscar mediante o diálogo um bom relacionamento com outras religiões. Esse bom relacionamento é o ecumenismo.
A palavra ecumenismo é de origem grega e quer dizer “a terra inteira habitada”, ou seja, transcende os limites das nossas igrejas, vendo-as como um grande organismo vivo: a Igreja de Cristo. Igreja de Cristo comprometida com o anúncio do Evangelho. O imperativo para que haja unidade entre as pessoas crentes encontra-se na oração sacerdotal de Jesus, conforme o evangelista João no capítulo 17, onde o Cristo afirma: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”.
Discutir a questão ecumênica requer despir-se de qualquer tipo de resistência ou preconceito que possamos ter. Um dos desafios mais urgentes para a reflexão ecumênica nas diversas igrejas é aprender a dialogar sem postura proselitista. “Proselitismo” numa expressão simples seria “pescar no aquário de outrem”. As pessoas que praticam o proselitismo são muitas vezes conhecidas por utilizar de técnicas de persuasão antiéticas e muitas vezes agressivas e discriminatórias. É aquela pessoa definitivamente chata que não respeita a fé de ninguém infernizando os outros com a sua “verdade” seja no mundo real ou virtual.
Não abandonamos a postura crítica e profética de denúncia frente a abusos, exploração e distorções do Evangelho por parte de algumas igrejas. Porém, tratamos disso com o devido respeito, sem ataques, sem violência. O diálogo ecumênico é feito em amor fraternal reconhecendo nossas limitações como instituição humana. Aprendemos com bons exemplos de outras igrejas. Aprendemos também a fazer diferente ao ver exemplos negativos. A grande questão é que nós somos chamados a não vivermos fechados, como se fôssemos a única e verdadeira expressão do Evangelho, mas a vivermos numa mesma paz e espírito.
A IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil) é uma igreja aberta ao ecumenismo, disposta a manter o diálogo, laços de amizade e iniciativas missionárias comuns com igrejas que crêem e anunciam Jesus Cristo como único senhor e salvador. Nas nossas celebrações irmãos e irmãs de quaisquer religiões são sempre bem acolhidos. Desejamos que todos sintam que “habitar na casa comum” é estar em união para celebrar ao nosso Deus.
Cultivar o ecumenismo não é algo fácil. Porém, não é nada impossível. Há que se mudar a maneira de ver a realidade: Ao invés de ver e destacar as diferenças, as igrejas precisam ver e reforçar aquilo que as une. Não omitimos a pluralidade, a transformamos numa maneira fértil de atingir diferentes pessoas em suas necessidades. Precisamos perceber que na pluralidade religiosa através do diálogo ecumênico, poderemos alcançar diferentes pessoas no anúncio do evangelho do Reino de Deus.
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