Leonardo Lima
Grande parte das pessoas que acompanha as transmissões do gloesporte.com não imagina que Nova Friburgo está representada—e muito bem—pela produtora e apresentadora Christiane Mussi. Além de realizar a cobertura dos momentos pré e pós-jogo, ela atua nas transmissões coletivas importantes, nas convocações da Seleção Brasileira e nos treinos das equipes nas vésperas de partidas decisivas.
“Estamos fazendo algo jamais feito: misturar internet e televisão. Nos jogos da Libertadores, por exemplo, entrava no ar às 21h no estúdio da web com os convidados e, por volta de 21h20, conversava com a cabine da Globo no estádio: o Cleber Machado, o Caio Ribeiro e o Arnaldo Cezar Coelho. Eles falavam do clima do lugar e da expectativa para a partida”, conta Christiane. Segundo ela, a grande novidade desse projeto está relacionada à interatividade. “A pessoa que está assistindo pode perguntar em tempo real pelo twitter e a gente responde ao vivo no estúdio, dando o nome do internauta. É muito interativo e o retorno é imediato”, diz.
Ex-aluna do Colégio Anchieta, a jornalista revela que a princípio a ideia era se tornar advogada. “Em 2003 fiz vestibular para Direito em Nova Friburgo e Jornalismo no Rio de Janeiro. Resolvi continuar aqui e trabalhar com meu pai e meu irmão, que são advogados”, diz. Entretanto, o conselho de uma amiga de faculdade—na verdade, a editora-chefe de A VOZ DA SERRA, Angela Pedretti, com quem Christiane começou a cursar Direito—e de outra amiga de ambas, a também jornalista Kika Stern, a encorajou a mudar o rumo de sua vida. “Sempre fui muito comunicativa, gostava de ler, dar informação aos outros. Um dia a Angela me falou pra eu fazer jornalismo, que era a minha cara. Eu nunca mais esqueci disso. Ficava pensando: gente, imagina eu trabalhando numa Copa do Mundo? Convenci meu pai e me mudei para o Rio”, afirma.
A primeira experiência de Christiane na área veio logo no quarto período, na Revista Noivas. Em seguida atuou como voluntária no setor de imprensa durante os Jogos Pan-Americanos de 2007. Durante esse período foi convidada para trabalhar na Agência Rio de Notícias. “Eu estava nos meus últimos anos na faculdade e resolvi fazer um intercâmbio. Pedi demissão da agência e em dezembro fui para San Diego, na Califórnia. Lá trabalhava como ajudante de cozinha e nas horas vagas escrevia para um jornal brasileiro, o Brazil Today”, relembra.
“As mulheres não entendem só de cabelos e chuteiras estilosas”
Após voltar para o Brasil, concluir os estudos e ficar um tempo atuando fora da área, Christiane voltou ao mundo do jornalismo no início de 2009, trabalhando em sites de novelas globais, como Caminho das Índias, Paraíso e Viver a Vida. Logo depois ficou responsável pela cobertura da Dança dos Famosos e pela interatividade de alguns programas. “Quando eu ia renovar meu contrato, soube que o chefe de esportes do globonline estava procurando gente para trabalhar na Copa do Mundo da África do Sul. Consegui uma vaga. Além de notas e matérias, eu escrevia para um blog chamado Grama na Calcinha. Ele foi fundado durante a competição e era composto só por meninas que escreviam sobre futebol. Era divertido, fazia o maior sucesso e ganhou até um prêmio”, conta Christiane.
Após três meses no Fantástico, a jornalista recebeu convite para coordenar um portal local que abrange as regiões Serrana, dos Lagos e Noroeste fluminense. E foi o que fez até julho do ano passado, quando mais uma porta se abriu em sua carreira. “Um dos chefes do globoesporte.com me convidou para comentar a partida da disputa de terceiro lugar da Copa América, entre Venezuela e Peru. Pensei assim: se for e mandar bem, ele pode me convidar para trabalhar. Se for e mandar mal, pelo menos tentei. Mas se eu nem for, não vou saber se poderia ter ido bem, se poderia ter ido mal e posso desperdiçar uma oportunidade”, lembra Christiane, que logo após a transmissão foi chamada para trabalhar no site.
Entre os trabalhos que mais gostou de fazer até então ela aponta um programa para anunciar as sedes da próxima Copa do Mundo, a transmissão do UFC 142 e a entrevista feita com o pai do repórter Tino Marcos. “O Tino estava na Espanha na época para entrevistar o Messi e eu fui para Bom Jesus do Itabapoana para entrevistar o pai dele. A matéria ficou bem legal e ele adorou”, conta a jornalista, que acredita que com o seu trabalho prova que as mulheres também entendem de futebol. “Fico feliz de poder representar as mulheres e mostrar que elas entendem de esquemas táticos e não só de cabelos e chuteiras estilosas. Acho que a internet é um bom caminho para as mulheres se tornarem uma realidade cada vez mais presente no cenário esportivo”, pontua, para em seguida garantir que não entende do esporte apenas nos bastidores: “Jogo bola e também sou muito boa no videogame”, diz.
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