É chegada a hora de recomeçar ou de começar, para muitos, os estudos, as aulas, enfim, o ano letivo. Período em que as famílias, alunos e alunas, das mais diferentes idades, anseiam pelo novo — mesmo que em velhas ou antigas instalações — pela expectativa de uma nova fase, de uma nova história. Novos colegas de classe? Novos professores? O diretor mudou? O que a escola tem para oferecer a este ser humano ávido por novidade? Qual a relevância da escola na formação do indivíduo? Responder a estas indagações nos leva a refletir sobre a educação como um processo contínuo e ininterrupto, que se inicia quando nascemos e que termina quando morremos, ou seja, a educação se constrói no dia a dia e nas situações as mais quotidianas, quando, por exemplo, cumprimentamos alguém que cruza o nosso caminho, fornecemos uma informação a uma pessoa que precisa se localizar naquele espaço, quando exercemos a cidadania ao nos indignarmos com alguém que “simplesmente” descarta o seu lixo nas vias públicas ou se sente no direito de depredar um bem público...
Este processo dura a vida toda. Mas existe o processo de educação formalizado, legalmente constituído e reconhecido pelas instâncias educacionais em nível federal, estadual e/ou municipal. Processo este, pelo qual toda pessoa que se deseja letrada precisa participar e se submeter para usufruir da plena cidadania. Afinal, vivemos em sociedade e esta nos impõe regras de convivência e conduta. E dentro do ambiente escolar, não é diferente disso. Esse processo estabelece calendário, dias letivos, atividades curriculares e extracurriculares, avaliações. O respeito a essas pequenas e importantes regras é a base para a futura inserção do educando no mercado de trabalho e sua participação ativa no contexto social. Como ator desse processo, espera-se que a escola seja capaz de transformar professores em mestres, preparados para despertar em seus alunos e alunas dimensões maiores do que a sobrevalorização de conteúdos a serem assimilados, tais como a formação de valores morais, atitudes e comportamentos que levem à construção de civilidade, do respeito e consideração pelo outro, ou seja, o desenvolvimento da plena humanidade.
Trabalhar o desenvolvimento do educando pressupõe o conhecimento das variáveis sociais, culturais e econômicas, em benefício do aprendizado. Que esta volta às aulas possa se configurar como a largada rumo a esta grande corrida chamada educação cidadã.
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