Nicole Faria (presidente), tem 25 anos e Pedro Albuquerque (vice), 28. A dupla de advogados que está à frente da Comissão Jovem da OAB conversou com A VOZ DA SERRA sobre os objetivos de aproximar a entidade não só dos novos profissionais, mas também da sociedade. E ter o diálogo como principal forma de mediar conflitos.
AVS: Como é a atuação da Comissão?
Pedro: A nossa atuação é aproximar a OAB dos advogados novos, fazer com que o profissional esteja cada vez mais inserido na instituição.
Quando vocês começaram a sentir a necessidade dessa integração?
Nicole: Eu me formei em 2015 e comecei a atuar em 2016. Desde então eu sempre tive um particular interesse em participar dos eventos da OAB, em palestras e integrando comissões, como a da OAB Mulher e fui convidada pelo presidente da OAB-NF, Alexandre Valença, para presidir a Comissão Jovem. A OAB-NF tem o desejo de se transformar em uma casa de diálogo entre as comissões.
Como é o diálogo da Comissão com a sociedade, principalmente com a juventude?
Pedro: Temos um projeto piloto de ir até às universidades e escolas com outras comissões e informar sobre as questões do direito. Queremos trazer a OAB mais para perto dos advogados jovens e daqueles que têm interesse em seguir a carreira.
Como é feito esse acolhimento ao advogado recém chegado à entidade?
Nicole: Começamos esta semana a recepcionar os novos membros na entrega de carteiras. Na cerimônia, tivemos um membro da comissão apresentando-a para os novos advogados e fizemos convites para que participem dela. Também vamos promover eventos como um café da manhã para a jovem advocacia no próximo dia 10. Estamos criando um canal de comunicação.
Que tipo de relação pode existir entre a OAB e a sociedade?
Pedro: A OAB sempre foi a casa da sociedade, é uma entidade que sempre lutou pelas classes e pegando o gancho agora dessa discussão sobre ditadura, a entidade sempre se posicionou contra e tentou garantir os direitos da sociedade. E nós vamos sempre estar desse lado, em defesa do “lado mais fraco”.
No carnaval, houve uma confusão envolvendo principalmente jovens e alguns agentes da polícia militar, na Rua Portugal. Como a OAB e a comissão podem atuar na defesa dos direitos de se manifestar?
Pedro: Eu entendo, pessoalmente, que nós temos que procurar mediar a situação, não se pode tolir uma opinião, seja ela contrária ou não a um lado, e não se pode polarizar, temos que buscar um equilíbrio.
Nicole: Nós estamos sempre trabalhando com a orientação e em defesa dos direitos constitucionais, como manda o estatuto e a constituição.
Até onde vai a liberdade de expressão e até que ponto autoridades podem ser alvos de protestos, como ocorrido em Friburgo, durante o carnaval?
Nicole: É uma linha tênue: até onde vai o direito de um e onde começa o do outro. Você tem a livre expressão garantida constitucionalmente, mas você não pode ofender o direito do outro, não pode cometer um crime contra a honra, mas aí já entra em outro patamar que é a área penal.
Pedro: É preciso saber expor a opinião de uma forma que não configure agressão a outra pessoa. As pessoas podem e devem se manifestar, ninguém tem que aceitar o que um ou duas pessoas falam.
Nicole: Até porque isso seria uma ditadura.
E como atuar em casos de ofensa, já que ofensa, em determinadas situações é algo subjetivo?
Nicole: Com bom senso. No cenário atual, acho que o pessoal perdeu o limite. Falar é uma coisa, agredir é outra totalmente diferente. Nós podemos orientar as pessoas, o diálogo é o mais importante.
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