Do produtor para o consumidor: tudo fresquinho na feira de Olaria

quarta-feira, 15 de agosto de 2012
por Eloir Perdigão
Do produtor para o consumidor: tudo fresquinho na feira de Olaria
Do produtor para o consumidor: tudo fresquinho na feira de Olaria

A feira de Olaria é uma festa, uma das mais completas da cidade. Na quinta-feira ela é realizada em um trecho da Rua Manoel Lourenço Sobrinho entre as ruas Presidente Vargas e Gustavo Lira; no domingo ela se estende para boa parte da Rua Presidente Vargas. Já foi falado na sua transferência para outro local, mas os moradores, em coro, defendem a permanência dela onde está: bem no coração do bairro.

Gente de todo lado é atraída pela feira de Olaria, seja para comprar ou vender. Bem provavelmente essa atração se deve aos produtos fresquinhos, em muitos casos vendidos diretamente pelo produtor ao consumidor.

DO ALTO DO CATETE - Exemplo disso é o nissei Tokio Futigami, de 74 anos, que trabalha com sua mulher Teruko. Ele vende exclusivamente na feira de Olaria o que colhe em seu sítio no Alto do Catete: repolho, vagem, batata yacon (boa para diabéticos), chuchu, pimenta sino (não arde), ervilha japonesa (menor que a comum), salsa, cebolinha, hortelã, tomilho (segurelha), acelga chinesa, espinafre, mostarda, couve manteiga, almeirão roxo, manjericão e rúcula. Ele só não produz o alface de sua banca, que é de um vizinho. Tokio tem clientes cativos. É o caso de Valésia Bom, que sempre compra rúcula dele para seu restaurante. Dirce Carvalho também é freguesa das verduras de Tokio. “Eu gosto de todas elas”, garante.

E Teruko defende a feira de Olaria. “É tradicional, temos que dar uma força, pode mudar de lugar, mas deve ser mantida”, frisa, nem que seja para manter o trabalho dos feirantes.

DE BANQUETE – Antônio Correia, de 76 anos, também vende direto ao consumidor os produtos de seu sítio, situado em Banquete. São feijão vinagre (vermelho), chuchu, abobrinha, couve-flor, repolho coração de boi, limão e banana. Antônio diz que não consegue vender tudo e “sobra muita carga”. Os fregueses gostam mais do feijão vinagre e do repolho coração de boi, espécie que só ele tem na feira de Olaria.

Francisco Fernandes diz que sempre compra um pouco de cada coisa de Antônio. E brinca: “Se ele não vender e tiver que levar isso tudo de volta fica ruim. Por isso dou uma força para ele” (risos).

DE VARGEM ALTA – Quem quer comprar rosas na feira de Olaria tem lugar certo: na banca de João Luiz Ther, trazidas de seu sítio no Colonial 61, em Vargem Alta. Com muita disposição, João trabalha na feira de Olaria há 33 anos. Vende seus produtos também na feira do Bairro Ypu, desde seu começo, há cerca de 20 anos.

João revende outros produtos que não são de sua produção, como canjiquinha, fubá, ovos, abóbora, cebola e alho. O movimento na banca é grande e ele tem a ajuda da mulher Alcedina, do filho João Josimar e da neta Evilane.

DE BONSUCESSO – Eber Coelho tem 52 anos e há 18 anos trabalha na agricultura. Antes ele tinha caminhão. Deixou de transportar para cultivar produtos agrícolas em seu sítio em Bonsucesso, na estrada RJ-130, já no município de Teresópolis.

Na sua banca tem poncã, abacate, banana, abobrinha, chuchu, tomate, queijo. Ele diz que o tomate é o que vende mais, mesmo estando caro. E ele explica o motivo: está em falta em São Paulo e os paulistas vêm comprar aqui, o que valoriza o produto. “Diminui um pouco, mas continuo vendendo”, garante. Outro produto que marca sua banca é o frangão caipira, que ele não cria, vem da granja de um primo em São José do Vale do Rio Preto. “Tem boa aceitação aqui”, acentua.

Eber também faz feira na cidade mineira de Além Paraíba, às quintas-feiras e sábados. Tanto lá como cá ele também revende produtos que não são de sua produção, como cebola, alho, verduras e frutas. Divide o trabalho na feira de Olaria com a mãe Zenir, a mulher Maria das Graças (Gracinha), a irmã Rosemar e a amiga Jôse.

DE TRÊS PICOS – Renato Cabral de Oliveira tem um bonito cartaz em sua banca com uma foto de Três Picos, anunciando a origem de seus produtos. É onde ele tem seu sítio e produz brócolis americano, ervilha, couve-flor, salsa, almeirão, vagem, beterraba, nabo, cebolinha e louro (tempero).

Renato comercializa seus produtos aos sábados na feira do Bairro Ypu e aos domingos na de Olaria. Com 49 anos, nascido e criado em Três Picos, trabalha na agricultura desde os 5 anos. E tem outros familiares na agricultura. Ele garante que tem clientela certa por produzir na região de Três Picos.

Então, ficou com água na boca de tantos produtos bons e de procedência garantida? Diretos do produtor para o consumidor? Então na próxima quinta-feira ou no próximo domingo suas compras serão, com certeza, na feira de Olaria.

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