Foto: Flávia Namen
Quem passou ontem, 11, de manhã pela Praça Getúlio Vargas próximo à esquina com a Rua Luiz Spinelli, se assustou com uma mobilização policial em frente a uma loja de eletrodomésticos e móveis. Pelo menos três viaturas do 11ºBPM foram deslocadas para o estabelecimento para atender denúncia de uma discussão entre um cliente e um funcionário. A informação inicial, no entanto, ventilada em redes sociais dava conta ainda que bandidos armados teriam invadido a loja e até feito alguns funcionários reféns em um assalto ousado em plena luz do dia. De acordo com o apurado, o cliente era um policial aposentado que irritara-se com a demora no atendimento da assistência técnica para uma mercadoria comprada na loja. Como o cliente estava armado, a PM foi acionada.
Segundo o comandante do 11ºBPM, tenente-coronel Carlos Hespanha, o cliente revoltado e o funcionário entraram em acordo e o fato nem sequer chegou a gerar registro de ocorrência na Delegacia Legal de Nova Friburgo. O comandante observou ainda o perigo da propagação de boatos, uma prática infelizmente comum ultimamente na cidade. "Na tarde de quarta-feira acionaram a PM informando que havia dois corpos envoltos em um plástico preto no Alto de Olaria. A população ficou alarmada, pois a notícia falsa chegou a ser anunciada em uma emissora de rádio. É uma irresponsabilidade de quem faz isso”, disse o tenente-coronel Hespanha.
Acidente mata homem na RJ-150
Na tarde de ontem, 11, um homem, que não teve sua identidade e idade reveladas pela polícia, sofreu um grave acidente na RJ-150 (Nova Friburgo-São José do Ribeirão). Ele dirigia um Gol branco, LCD 1028, e segundo informações de testemunhas, teria perdido o controle da direção ao desviar de um caminhão, chocando-se violentamente em um poste.
Segundo o apurado pela polícia, ele iria buscar um filho na escola. A vítima sofreu graves ferimentos. Equipes de resgate do Corpo de Bombeiros foram acionadas, mas o motorista não resistiu e morreu no local.
Motorista atropela pedestre na Avenida Roberto Silveira e foge
Os atropelamentos em vias do município têm preocupado as autoridades de segurança. Na noite da última quarta-feira, 10, mais um acidente desta natureza ocorreu na Av. Governador Roberto Silveira, na altura do Prado, uma das vias campeãs de acidentes. Desta vez, um homem que não teve a identidade e idade reveladas pela polícia foi atingido por um Uno vermelho quando atravessava a pista.
O motorista do veículo fugiu sem prestar socorro à vítima, que precisou ser medicada no Hospital Municipal Raul Sertã. Demais motoristas que passaram pelo local acionaram uma equipe de salvamento do Corpo de Bombeiros. Ninguém anotou a placa do veículo atropelador. Há cerca de duas semanas uma idosa de 70 também foi atingida quando atravessava a Avenida Galdino do Valle Filho, nas proximidades do Clube de Xadrez. Ela foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Essa semana um homem também foi atropelado por uma moto ao atravessar a Avenida Presidente Costa e Silva. Ele foi atingido por uma moto que fazia o conhecido "corredor”, trafegando em meio a carros que reduziam a velocidade para pararem no sinal vermelho. O atropelamento ocorreu a cerca de 50 metros de uma faixa de pedestres.
Você sabe com quem está falando?
Ana Blue
Que o Homo sapiens tem necessidade de dizer a que veio, isso não é novidade. No campo esportivo, profissional, na rede social, onde houver o sapiens haverá a selfie e a honra ao mérito. Faz parte da evolução, tão defendida por Darwin, que segundo a boca pequena, inclusive, já passeou até pelas bandas de Furnas do Catete.
Entretanto, há uma linha bem demarcada no imaginário coletivo que institui a enorme diferença entre ser alguém melhor, onde lê-se ‘melhor’ no sentido amplo da palavra — o upgrade entre o homem que fui e o que sou hoje — e ser alguém melhor que os outros, que tenta se impor ao outro, onde lê-se ‘melhor’ no sentido comparativo.
Pra piorar, há uma versão ainda mais grave da situação: a certeza de autoridade sobre o Reles sapiens. A esfregação do cargo na cara do sujeito. A carteirada. O juiz que multa a agente de trânsito que lhe aplicou multa — afinal, apresentar a carteira de habilitação que é bom, nada, mas a carteirada de "Você sabe com quem está falando?” foi certeira. Toma-lhe cinco mil dilminhas de multa para a agente. E o curioso caso de Marcelo Baldochi, juiz que deu ordem de prisão aos funcionários do aeroporto que o impediram de embarcar, já que estava atrasado? Os funcionários foram levados à cadeia para "prestar esclarecimentos”. Por mais esclarecido que o caso estivesse — malandragem do juiz —, quem foi para o xilindró foi a classe proletária. É o óbvio retorno da política do pé na porta, só que agora o pé, além da porta, bate na cara da gente.
Dito isso, fica a questão: alguém armado pode simplesmente intimidar um cidadão em pleno local e horário de trabalho, por ser policial? Função de polícia não é promover o contrário: a segurança da gente? E olha que somos nós, os Reles sapiens, que bancamos essa — insira aqui o xingamento que julgar conveniente.
Darwin, se vivo fosse, estaria no mínimo perplexo.
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