Discopédia - Uma homenagem à eterna rainha do rock brasileiro

Ná Ozzetti tem uma voz única, que captura o ouvinte com seu timbre suave e agradável. Em seu terceiro disco solo, a paulista revisita a carreira de sua conterrânea Rita Lee Jones, passeando desde o repertório d’Os Mutantes até chegar ao pop rock que a roqueira desenvolveu com muita qualidade na década de 1980.

O álbum, que faz um trocadilho com a canção dos Beatles "Lovely Rita” em seu título, começa com "Atlântida”, influenciada pela new wave e que têm características eletrônicas, transformada em reggae na versão da cantora. Também da década de 1980, Ná grava "Raio X”, com um show da sua voz aconchegante que faz o instrumental quase passar despercebido, e também o clássico "Mutante”, com um ótimo timbre de baixo fretless (sem trastes) de Geraldo Vieira.

Canções do tempo em que Rita tocava com o Tutti Frutti também estão no álbum, como "Com A Boca no Mundo”, com uma roupagem mais pop e solo de sax, "Luz del Fuego”, mais suave que o arranjo original, porém mantendo a característica hard rock e os clássicos "Fruto Proibido” em uma versão funkeada, "Mamãe Natureza” com arranjo bem fiel ao original e "Modinha”, do último álbum de Rita com a banda paulista. 

Love Lee Rita também tem "Doce Vampiro” e "Mania de Você”, dois dos maiores clássicos da carreira solo da ex-mutante. A primeira, com um arranjo intimista e melancólico e a segunda com uma roupagem totalmente diferente da versão original, swingada, destacada com o som das congas e outras percussões. Dos tempos em que Rita brilhava com os irmãos Baptista nos Mutantes aparecem a "odisséica” "Dois Mil e Um”, puxando mais o lado caipira da música, com direito a pandeiro e muito sopro, e também "Vida de Cachorro”, que traz a base feita no piano, diferente da versão original com violão, e encerra magistralmente o disco.