Com a produção impecável de Nando Reis e Luiz Brasil, Cássia Eller grava em 1999 um disco que traz uma enxurrada de clássicos. Com um verdadeiro time de músicos, Com Você… Meu Mundo Ficaria Completo foi a concretização e o auge do sucesso da cantora, no fim da década de 90. Como grande intérprete que sempre foi, Cássia traz no disco composições de diversos gêneros e de autoria de grandes nomes da música brasileira. O disco já começa com seu maior sucesso ao lado de “Malandragem”, “Segundo Sol”, que segundo a própria cantora, ela “roubou” de Nando Reis. A música é daquelas perfeitas para se tocar no violão e traz um belo arranjo de cordas, além da participação do “barão” Maurício Barros pilotando as teclas. A segunda faixa, “Mapa do Meu Nada”, é uma declaração amorosa de Carlinhos Brown e possui a participação especial de Jussara Silveira no disco. O final de “Mapa do Meu Nada” parece até uma ponte para “Gatas Extraordinárias”, do Caetano. O destaque da faixa são as flautas e, claro, a letra impecável do Caetano. Depois dessa dupla de canções de amor, aparece uma canção inversa, “Um Branco, um Xis, um Zero”, do trio Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Pepeu Gomes. A canção tem uma forte influência do rock e a voz da Cássia sai, como de costume, extraordinária. A canção-título do álbum, também composição de Nando Reis, tem o solo de guitarra do Walter Vilaça e uma letra muito bem construída, falando que perto do amor os problemas parecem pequenos. Seguindo, a sexta faixa traz mais um clássico, composição do baiano Moraes Moreira em parceria com a outra maravilhosa cantora Marisa Monte, “Palavras Ao Vento”, com Paulo Calasans tocando um órgão maravilhosamente e Luiz Brasil e Rodrigo Garcia nos violões. Mudando bruscamente o estilo, Cássia Eller mostra sua versatilidade interpretando “Aprendiz de Feiticeiro”, do gênio paulista Itamar Assumpção, oriundo da Vanguarda Paulista. Destaque para o acordeom e a percussão. Também com bastante percussão e acordeom, Cássia interpreta, absorvendo o estilo único do compositor baiano Gilberto Gil, “Pedra Gigante”, feita em parceria com Bené Fonteles. A nona faixa leva o nome da banda de apoio de seu compositor. “Infernal”, de Nando Reis, tem uma fortíssima influência de funk, expressada por Paulo Calasans em seu clavinete, que é completado pelos sopros. “Maluca”, de Luiz Capucho, é um samba muito bonito, praticamente montado pelo violão, o arranjo de cordas e a letra falando sobre o amor louco de uma mulher por flores. Chegando ao final, temos mais uma do Nando Reis, “As Coisas Tão Mais Lindas”, muito bem interpretada pela Cássia e por último “Esse Filme Eu Já Vi”, de Luiz Melodia e Piau, com grande influência de jazz.
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