A Secretaria estadual de Educação exonerou semana passada a diretora do Ciep Luiz Carlos Veronese, no distrito de Conselheiro Paulino, a professora Sirlene da Cruz Figueira, depois que um vídeo vazou na internet com um flagrante dela entregando R$ 90 a um grupo de alunos para dividirem entre si. O dinheiro era um suborno para os estudantes se submeterem ao exame de avaliação do desempenho da educação pública no estado, em Português e Matemática, denominado Saerj (Sistema de Avaliação da Educação no Estado do Rio de Janeiro). As equipes docentes das escolas estaduais, cujos alunos obtêm bons desempenhos nos exames do Saerj, recebem bonificações do estado que podem chegar a até três salários-base.
O pagamento ilícito que Sirlene fez aos alunos foi filmado pelos próprios estudantes, que em seguida postaram na internet dois vídeos. Num deles, a diretora pede para os alunos agirem com discrição, para que ela não fosse prejudicada. No segundo Sirlene aparece contando o dinheiro alegando ser um “presente de formatura” pago do seu próprio bolso, pois toda saída do caixa da escola depende de comprovação por notas fiscais. Diante do flagrante, a diretora confirmou o ato ilícito e ainda responderá a uma sindicância interna. O secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, classificou o ato como “inaceitável e admissível” e ainda comentou que exemplos como esse, de uma educadora, “não são os que os jovens merecem”.
A Secretaria estadual de Educação anunciou que o episódio não interferirá na emissão dos resultados do Saerj previstos para serem divulgados no primeiro semestre de 2013. Cada equipe docente das escolas avaliadas receberá bonificação de acordo com o seu desempenho. O Saerj é realizado anualmente por alunos concluintes do 5º e do 9º ano do ensino fundamental, do 3º ano do ensino médio e das fases equivalentes do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), e serve para identificar as deficiências de cada unidade escolar propiciando ao estado a elaboração de ações de melhoria. A partir dessa última edição do Saerj os 10.000 alunos que obtiverem as melhores notas também serão premiados pelo estado com computadores portáteis.
O suborno de Sirlene não foi a primeira ação ilícita envolvendo o Saerj esse ano. Há cerca de um mês, a diretora de uma escola estadual no subúrbio carioca de Piedade também foi exonerada e responderá a inquérito na polícia por violar os lacres de um lote de provas de Português. O crime fez a Secretaria estadual de Educação anular os exames de 130 mil alunos do 3º ano do ensino médio em todo o estado e aplicá-lo novamente.
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