O Centro de Artes certamente vai bombar amanhã, sexta-feira, hoje à noite. O motivo? O vernissage da retrospectiva da nossa artista plástica maior, Dirce Montechiari. A mostra, cuidadosamente preparada, reúne mais de uma centena de trabalhos, desde suas primeiras manifestações artísticas, na infância à descoberta da arte contemporânea, já na maturidade.
“Eu vou encher o Centro de Arte de peças, entre pinturas, esculturas, porcelana, tapeçarias e instalações, como um mosaico feito com cascas de ovos de galinha e a obra Pintando com ovos, que já foram expostas, mas os amigos pediram para incluir. O título da mostra é sugestivo e a artista se diverte com as brincadeiras que invariavelmente surgem quando ela entrega o convite aos amigos mais chegados: Dirce mostra tudo...
A verdade é que a artista não mostra tudo, mas quase. Os visitantes poderão apreciar uma amostra de toda sua arte nestas mais de quatro décadas em que ela se dedica às artes plásticas. A começar por desenhos feitos na infância ainda, quando rabiscava bolas e grades até sua cabrinha da serra. E pinturas, muitas pinturas, inclusive uma paisagem de Muri, que deu a Dirce seu primeiro prêmio, em 1976, uma menção honrosa numa exposição na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
E, apesar de ser uma retrospectiva, vai ter muita coisa nova. Como uma instalação que denominou Regata, velas de barco talhadas em ferro, que terminam num caramujo. “Uma homenagem a Cildo Meireles, um grande artista brasileiro”, explica. Outra obra recente que certamente vai despertar interesse é uma escultura que ela trouxe da África. “Trata-se de uma apropriação. Coloquei um ovo de avestruz na cabeça dela e chamei de Mandela, a mãe África”.
Mas seu xodó é mesmo Tesouro Brasileiro, duas caixas - uma cheia de arroz e outra de feijão - e, em cima de cada uma delas, um ovo de avestruz. “Não é isso que os brasileiros comem, arroz, feijão e ovo? E isso não é um tesouro?”, diz.
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