Henrique Amorim
Na retomada dos encontros semanais de empresários do comércio no projeto Rede de Negócios, na última sexta-feira, 25, o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf), Cláudio Verbicário, anunciou que a diretoria da entidade — que congrega mais de três mil associados — já está concluindo uma carta detalhada que será encaminhada à presidenta Dilma Rousseff com cópias aos senadores, deputados federais e estaduais. Na mensagem, a Acianf denunciará a grande dificuldade que os empresários friburguenses têm enfrentado para conseguir empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O governo federal liberou, através da instituição financeira, R$ 400 milhões para que os empresários da Região Serrana direta ou indiretamente atingidos pela tragédia das chuvas de janeiro consigam se reerguer e fazer a economia local voltar a girar. Porém, até agora, teriam sido liberados somente pouco mais de 10% dos financiamentos solicitados na região através da rede bancária.
— A verdade é que os bancos privados não têm interesse em emprestar aos médios e pequenos empresários, que são os que empregam 80% dos trabalhadores no Brasil. Alguns bancos chegam a exigir seis meses de carência. Somos desprezados quando procuramos os bancos. Eles se esquecem que o montante liberado para empréstimo é oriundo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) — disparou Verbicário.
A intenção dele é sensibilizar a presidenta Dilma sobre a dificuldade enfrentada pelos empresários serranos, principalmente os de Nova Friburgo, de conseguir os financiamentos através do Banco do Brasil e também dos bancos particulares.
— Nossa esperança é que Dilma telefone para o presidente desses bancos privados e cobre a facilitação dos empréstimos aos empresários atingidos. Um pedido de socorro às empresas feito por ela (Dilma) é diferente. No auge do caos de janeiro, bastou um telefonema da presidenta para a direção da Oi para que os telefones fixos mudos fossem substituídos por telefones móveis e a telefonia pública passasse a ser gratuita — observou o presidente da Acianf.
A carta com queixas à presidenta poderá ter o apoio dos empresários da Região Serrana e de demais localidades através de adesão ao manifesto por e-mail. Verbicário lembrou ainda a necessidade dos empresários praticarem a “economia solidária”: fazer compras de mercadorias no comércio de Nova Friburgo e tentar negociar preço antes de comprar em outros centros comerciais.
Nova Friburgo precisa voltar a ser notícia na mídia positivamente
Durante o café da manhã da Rede de Negócios da Acianf, também se discutiu a importância de atrair a mídia nacional à Nova Friburgo para mostrar a mobilização dos empresários e retomar o turismo, gerando assim mais renda e emprego — e não mais destacando-se somente os estragos da tragédia. O diretor da Big Máquinas de Costura, Agnelo D’la Belle, sugeriu que a Acianf invista na contratação de uma assessoria de imprensa para gerar a veiculação de notícias positivas sobre Nova Friburgo na mídia, atraindo novamente turistas e compradores.
Já o empresário e presidente da colônia libanesa em Nova Friburgo, Gilberto Sader, da Doces Sader, destacou que as dez colônias que participaram da colonização do município devem agora se unir para reeditar a Festa das Nações, atraindo para cá cônsules de diversos países, o que, segundo ele, “automaticamente irá atrair a mídia para Nova Friburgo”. A ideia teve a aprovação da maioria dos empresários que participaram do evento, onde diversas empresas também divulgaram seus produtos e serviços com descontos especiais para os associados da Acianf, através do Clube de Vantagens da entidade.
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