Dia Nacional do Livro é comemorado com homenagens a funcionários de bibliotecas

segunda-feira, 25 de abril de 2011
por Jornal A Voz da Serra

“As coisas que a gente fala”, “Aprendendo com amigos”, “Meu direito eu não largo”. Os títulos de três livros infantis expostos na Biblioteca da Secretaria Municipal de Educação podem servir de reflexão no Dia Nacional do Livro Infantil, data de nascimento do escritor Monteiro Lobato (18 de abril). O primeiro título nos remete ao que escolhemos para ler; o segundo, ao livro como um dos nossos melhores amigos; e o terceiro, que educação é direito de todos.

Foi em meio às letras que a Prefeitura de Nova Friburgo, por meio da SME, escolheu a data para homenagear funcionárias de bibliotecas públicas do município, em sua maioria mulheres, que aprenderam e ensinaram trabalhando nos espaços. Os convidados foram recebidos pelo contador de histórias Jeferson Cunha, da Biblioteca Móvel da Prefeitura, que entregou a cada convidado um boton com a frase “Ler é bacana”. A convite da gestora da biblioteca, Márcia Machado, o jovem ator Júnior Peixoto também deu sua contribuição lendo um texto de Rubens Alves.

Em um cenário apropriado, as homenageadas receberam livros e shorinka (ikebana japonesa) de presente, e todos lembraram da ex-diretora Maria Margarida Liguori, que embora convidada, não pôde comparecer à cerimônia: Iracema Mastrângelo Moreira (mãe do prefeito Dermeval Neto), Lanir Alves de Menezes, Martha Silva Rezende, Josélia Teixeira, Dilva de Moraes, e Thereza Benecdita Massena (in memorian), representada por sua neta Isadora Massena.

O professor Larry Alves Busquet, que representou o secretário de Educação, Marcelo Verly, refletiu como seria bom poder comemorar todos os dias o “Dia do Livro” e enfatizou que a homenagem não seria às ex-funcionárias. “Quem um dia atuou em uma biblioteca, acredito que não consiga se sentir ex. O livro dissemina conhecimento, informa, permite viagens através de suas páginas. Estamos no Brasil e ainda há motivos para esperança.”, comentou o professor.

Prestigiaram o evento a professora Mônica Monnerat; o jornalista David Massena, secretário de Comunicação Social, e sua esposa Cláudia Badaró; a escritora Anna Braga Asth; além de funcionários da Secretaria Municipal de Educação.

Memórias

Dona Iracema Moreira, que trabalhou por seis anos na Biblioteca Pública Municipal, localizada no centro da cidade, diz sentir saudades das exigências das crianças. “Os alunos exigiam que a pesquisa fosse correta. Pediam um livro sobre um determinado assunto e nós tínhamos que achar. A biblioteca sempre foi motivo de orgulho. Lembro que uma vez o candidato à presidência da República, Collor de Mello, esteve na cidade iniciando sua campanha, e como a Câmara, que funcionava ao lado da Biblioteca, estava com as portas fechadas, eu o convidei a entrar”, conta Iracema, lembrando que seu filho Dermeval desde pequeno tinha o poder da escuta: “Ele não era muito de ler, mas sempre gostou de escutar os outros”.

A gestora Márcia, que declara ter nascido em berço de ouro, pois desde criança teve a oportunidade de ter contato com livros, lembrou da época em que ficava nos finais de semana em quiosque montado na praça central da cidade, que funcionava como uma espécie de “sala de leitura”. “Todo dia é dia de ler e eu só ia embora quando não tivesse mais nenhuma criança, mesmo que estivesse escurecendo. E é isso que implantamos na rede municipal de ensino, que possui 24 Salas de Leitura graças a parcerias com editoras”, comenta Márcia.

Professora Dilva de Moraes, como é mais conhecida, tem histórias para contar dos anos em que trabalhou na Prefeitura de Nova Friburgo, mas não esquece jamais a competência da dona Maria Margarida Liguori, que por todos é lembrada com muito carinho. “Aprendi muito com Margarida. Ela tinha cuidado com documentos de imigrantes suíços, que ela guardava em uma vitrine, como relíquia. Lembro da criação da Secretaria de Educação, da reabertura do Colégio Rui Barbosa e muitos outros. Como lembrou Márcia, a biblioteca saía para a comunidade. E atendíamos por telefone.”, lembrou Dilva, citando uma de suas trovas, escrita na ocasião dos 60º aniversário da Biblioteca Pública Municipal: “Não sofro de solidão / Se o livro é meu companheiro / Porque tenho a sensação / De que o autor é meu parceiro”.

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