Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais

Em Nova Friburgo, data é marcada por atividades no posto do Suspiro
terça-feira, 28 de julho de 2015
por Jornal A Voz da Serra

Pouco comentadas atualmente, as hepatites virais ganham destaque hoje, 28, dia em que é lembrado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. O alerta é para quem ainda não conhece a doença, que pode ser classificada como hepatite A, B, C, D (ou Delta) e E. Mesmo tendo diferença quanto ao tipo viral e estrutura molecular, todas as formas atingem primeiramente o fígado. 

Especialista sobre o caso, Ana Pittella explicou que o impacto causado pelas hepatites merece atenção, já que só no Brasil cerca de dois milhões de casos de hepatite C foram registrados nos últimos anos. 
Segundo Ana, as hepatites possuem características distintas entre elas. “Alguns tipos podem causar infecções agudas benignas, que evoluem para a cura sem a necessidade de tratamento específico, outras não”, relatou a gastroenterologista.

Sintomas e tratamento
Ana Pittella afirma que o meio mais eficaz e conveniente de se prevenir contra as hepatites A e B ainda é a vacinação. Porém, “no existe vacina contra a hepatite C, portanto sua prevenção está baseada em alerta e orientação”, reforça. Outras formas de prevenção estão ligadas ao saneamento básico, boas práticas de higiene pessoal, uso de preservativos e agulhas e seringas descartáveis. 

As hepatites virais, inicialmente silenciosas, demoram alguns anos para desenvolver complicações. Entretanto, os principais sintomas que surgem durante a fase inicial da doença são náuseas, vômitos, mal-estar, dor de cabeça e perda do apetite.
 Os tratamentos mais indicados variam de acordo com a doença. Para as hepatites A e B, é recomendável repouso relativo, aumento de ingestão de líquidos e alimentos saudáveis. Não há medicamentos específicos. Já para a hepatite crônica B, há várias opções de tratamentos, incluindo drogas orais.

Enquanto que, para a hepatite C, é preciso levantar uma série de fatores para dar início ao tratamento mais adequado, por exemplo: qual é a quantidade de vírus no organismo do paciente, se há a existência ou não de cirrose, se há alguma outra doença associada, entre outros. “A boa notícia é que já estão disponíveis recentes avanços no número e no tipo de medicamentos para combater a hepatite C”, finaliza Ana Pittella.

Vale ressaltar que as unidades de saúde oferecem diariamente a vacina contra hepatite B para pessoas de até 49 anos ou que se enquadrem dentro das indicações do Centro de Referência de Imunos Especiais.

Atividades de prevenção em Nova Friburgo
A Prefeitura e a Secretaria de Saúde, através da Subsecretaria de Vigilância em Saúde e o Programa Municipal de DST/Aids/Hepatites Virais, promove hoje, 28, na Policlínica Centro Dr. Sylvio Henrique Braune, no Suspiro, das 8h30 às 16h, uma ação do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.

 Serão oferecidas a testagem rápida para as Hepatites B e C, vacinação contra a Hepatite B e orientações gerais sobre as hepatites virais. Serão prioridades para os testes de HCV (Hepatite C) os pacientes a partir de 40 anos — faixa etária considerada, pelo ministério da Saúde, a de maior prevalência.

Abaixo a especialista Ana Pittella descreve com detalhes a diferença entre as classificações da doença:

Hepatite A - Transmissão orofecal, por água e alimentos contaminados ou contato pessoal com pessoas infectadas. Maior disseminação em áreas onde são precárias as condições sanitárias e de higiene da população.
Hepatite B - A via primária de transmissão é a parenteral, ou seja, que se faz por outra via que não a digestiva, por contato com sangue e hemoderivados. É também transmitida por contato sexual e de mãe infectada para o recém-nascido (durante o parto ou no período perinatal).

Hepatite C - A forma mais comum de transmissão é a parenteral, por exposição percutânea direta ao sangue, hemoderivados ou instrumental cirúrgico contaminado. Receptores de sangue e derivados, usuários de drogas injetáveis, pacientes de hemodiálise e profissionais de saúde (vítimas de acidentes perfurocortantes) apresentam alto risco de infecção pelo HCV.

Hepatite D - O agente Delta é um vírus deficiente que precisa, para sua replicação e expressão, da função auxiliar do vírus da hepatite B. A forma de transmissão é similar à da hepatite B. Nos países apresentando baixa prevalência para a hepatite B, a infecção pelo vírus Delta ocorre principalmente entre os usuários de drogas injetáveis e os hemofílicos.

Hepatite E - A forma mais frequente de transmissão é por ingestão de água contaminada; menor probabilidade de transmissão por contato pessoal. O vírus da hepatite E (HEV) assim como o da hepatite A, causa uma infecção benigna que não evolui para a forma crônica. Os casos mais graves são observados entre as gestantes: 20% das que contraem o HEV evoluem para a forma fulminante, fatal em 80% dos casos.

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