A sexta-feira, 25, podia ser um dia comum para o friburguense Vitor Andrade Coelho, de 32 anos. Ele se levantou, tomou café, mas não foi para o trabalho como de costume — foi ao Hemocentro. Assim como ele, mais outras 40 pessoas aproveitaram a manhã ensolarada para doar sangue no Dia Nacional do Doador de Sangue. Por isso, para muita gente, em vez de “Black Friday”, o dia foi de “Blood Friday”, isto é, a “sexta-feira do sangue”. “A primeira vez que doei foi em 2008. Vim com o objetivo de ajudar ao próximo e fui surpreendido pela sensação de dever cumprido, satisfação por saber que estaria contribuindo para a vida de outra pessoa. Desde então, venho a cada seis meses. São oito anos já”, disse Victor.
A estudante, Keylla Cristina, de 17 anos, fez a sua primeira doação. “Vim com a minha mãe, que também vai doar. Confesso que estou um pouco nervosa”, disse ela, já sendo acalmada por uma das enfermeiras e alertada sobre a tranquilidade do processo.
Com intuito de incentivar a doação e celebrar a data, o hemocentro realizou, durante a manhã, um café especial e promoveu o sorteio de uma cesta de guloseimas para quem fez o gesto solidário. De acordo com a enfermeira responsável pela captação de doadores, Marluce Fonseca Vieira, o processo — que inclui um questionário, a criação de uma ficha, teste de hemoglobina, pré-lanche, coleta e o café da manhã após a doação -- dura em torno de 30 minutos. “É bem rápido e não dói absolutamente nada.”
Mesmo sem saber sobre a data, a comerciante Gláucia dos Santos também aproveitou a oportunidade para fazer a coleta. “Esta é a terceira vez que venho doar. A primeira vez vim por incentivo da minha filha, que estuda medicina e me falou sobre a importância do gesto. Me sinto muito bem em contribuir. Doar sangue é gratificante”, afirmou ela.
Segundo o biólogo do hemocentro, Evaldo Ortega, a doação é totalmente segura. “Todo material utilizado na coleta é descartável e não há risco de contrair qualquer doença. Quem recebe também pode ficar tranquilo, pois o sangue é analisado previamente aqui e uma amostra é enviada ao Rio. Somente depois da investigação, que dura em torno de três dias, ele é liberado para doação”, disse o biólogo explicando que, no caso do sangue ser rejeitado a bolsa é descartada e o doador comunicado.
Evaldo explicou ainda que, “embora o movimento nesta sexta-feira, 25, tenha sido grande em razão do Dia do Doador de Sangue, ele não reflete o dia a dia do hemocentro. Há dias em que apenas três ou quatro pessoas vem doar, quando o ideal é que sejam, pelo menos, 25. Uma doação pode contemplar até quatro pessoas, pois as bolsas tem entre 400 e 450 mililitros”, exclamou ele.
O hemocentro, que funciona anexo ao Hospital Municipal Raul Sertã, além de Nova Friburgo — Hospital São Lucas e a Maternidade Mário Dutra — atende outros 13 municípios. No local, cerca de 25 profissionais trabalham para receber o público. Entre eles: enfermeiros, técnicos em laboratório, biólogos e médicos.
Para se tornar um doador, basta comparecer ao hemocentro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30, portando a carteira de identidade ou algum outro documento com foto. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 2523-9000, ramal 210.
Condições básicas para ser um doador
Ter entre 18 e 65 anos; pesar mais de 50 quilos; não ter ingerido bebida alcoólica nas 24 horas que antecedem à doação; não estar fazendo uso de medicamentos; ter dormido no mínimo seis horas e não ter ingerido alimentos gordurosos três horas antes da doação. Quem tem tatuagem recente ou recebeu transfusão de sangue está impedido de doar pelo prazo de um ano. Em relação a periodicidade, homens podem doar de dois em dois meses, até quatro vezes ao ano e as mulheres podem doar de três em três meses, até três vezes ao ano.
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