Dia das Mães e inverno antecipado

Data especial e frio renovam as esperanças de um comércio paralisado
sexta-feira, 06 de maio de 2016
por Ana Borges
Dia das Mães e inverno antecipado

As ruas do centro da cidade estavam lotadas na última quarta-feira, 4, uma bela tarde ensolarada e fria de outono. Na Avenida Alberto Braune o movimento era intenso, com pessoas caminhando apressadas em todas as direções. Eventualmente, alguém diminuía o passo para dar uma olhada numa vitrine e às vezes até entrava em uma ou outra loja, que exibiam coloridos trajes de inverno, belos e atraentes. Estamos às vésperas da data que, para muitos lojistas, é tão boa ou, em alguns casos, mais importante até que o Natal. Estamos falando do Dia das Mães.  

Outro assunto importante do qual queremos falar é a chegada antecipada desse inverno que, entra ano sai ano, insiste em começar no outono. Essa combinação “mãe/inverno” costuma ser a cereja do bolo do comércio voltado para a mulher, em maio. As lojas de artigos femininos estão com seus estoques completos, cheios de casacos de lã, prontos para agradar gregas e troianas, ou seja, consumidores de todas as classes sociais, com pouco, ou mais ou menos grana. Em anos melhores e nem tanto, filhos sempre deram um jeito de presentear a mãe. E no dia especialmente dedicado a ela, uma data maciçamente vendida nos meios de comunicação, não há como deixar pra lá.

A fama do brasileiro de deixar as compras para a última hora — o que renova a esperança dos lojistas —, é confirmada pelo fato de, faltando apenas quatro dias para a festa das mamães, as vendas ainda estavam zeradas. Foi o que revelou Gisela Ferreira (foto), gerente de tradicional loja de roupas e adereços para a mulher, localizada na Avenida Ariosto Bento de Mello. “Nunca tivemos uma quarta-feira, às vésperas do dia das mães, tão fraca. Aliás, até agora, nada de venda. Mas, como em anos anteriores a procura melhorou bem no sábado, temos a esperança de que esse ‘fenômeno’ se repita”, disse uma otimista Gisela, apontando a variedade de casacos, cahecóis, pulôveres, pelerines, entre outras peças de todos os tamanhos e padrões.    

Uma loja popular localizada na Avenida Alberto Braune anunciava, em cartazes pendurados na entrada, diversas promoções: calças por R$ 36,90 à vista ou dividida em seis prestações de R$ 6,90; blusas, casacos, saias, camisetas, shorts etc, tudo vendido mais ou menos nessa faixa de preço em tentadoras condições de pagamento. Quer dizer, não há crise que justifique a falta de um presente para a mãe, por mais simples que seja. 

Mas, das cinco pessoas abordadas por nós olhando as novidades nas vitrines, as cinco disseram a mesma coisa: “Não dá pra comprar nada este ano. Roupa de inverno é mais cara, mas também dura mais, então vou usar as que tenho e que estão em bom estado. Quem sabe, ano que vem?”

As lojas de eletrodomésticos também não estão tão confiantes como nos anos anteriores, quando as vendas de tablets, smartphones, celulares, televisores, entre outros equipamentos batiam recordes, sucessivamente. Mãe e filho concordam: “Não preciso de um novo tablet. O meu está funcionando perfeitamente, atende às minhas necessidades. Então já falei para o meu filho, que aliás ainda não está me levando a sério, que não quero mesmo que ele gaste dinheiro com isso, que faça dívida no cartão ou o que seja. Fica pra quando as coisas melhorarem. Quanto a agasalhos, também tenho o suficiente para esse ano”, comentou Sílvia Helena Schaffer, diante do filho, que a ouvia atento. 

Outro segmento que vem se ressentindo da crise é o da perfumaria, que oferece adereços, bijuterias e afins. Perfumes importados continuam nas prateleiras, por outro lado, é o que tem mais chances de dar uma respirada esta semana, em meio ao sufoco dos últimos meses. Artigos bem em conta, como colônias, sabonetes, maquiagem, enfeites para os cabelos, necessaires de todos os tamanhos, tudo criativamente embalado vão bem em qualquer ocasião.

Afinal, no fundo, tudo o que toda mãe quer de seus filhos é um abraço acolhedor e um beijo carinhoso. Feliz dia da família.

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TAGS: economia | Dia das Mães
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