Dia da Terra e uso sustentável do solo

segunda-feira, 21 de maio de 2012
por Jornal A Voz da Serra

O projeto Florestar e Cia desde 2007—quando houve uma enchente com vários deslizamentos no município—promove todo mês de abril visitações a vários bairros com trabalho de conscientização referente ao uso e ocupação do solo. E o coordenador Luiz Latour deixa uma pergunta no ar: “Alguém viu algum chamado para reflexão ambiental sustentável na última semana de abril na mídia local?”. Antes, somente o dia 22 de abril, agora é a semana inteira um período destinado para tal, com dinâmicas sobre o uso sustentável do solo em áreas urbanas e rurais.

O coordenador do projeto Florestar e Cia explica que este tema, após o ocorrido em janeiro de 2011, surge com maior evidência em reuniões junto aos poderes públicos. Porém esta mesma evidência não é transmitida à população; isto poderia ser feito através dos poderes públicos via mídia local.

Luiz Latour recorda que por diversas vezes (uma delas até com direito a palanque) foi anunciado o início da construção de centenas de unidades habitacionais. “Isto pode até vir a acontecer. Mas imagine quem está esperando uma dessas unidades habitacionais... o quanto deve aguardar até que as autoridades cheguem a um denominador comum para construí-las?”

O município de Nova Friburgo é composto quase em sua totalidade por morros que contêm maciços de solo que não poderiam (e nem deveriam) ser ocupados. Muito menos por ocupações feitas sem um estudo populacional futuro e suas implicações e consequências. Nestas ocupações promove-se o uso inadequado da mancha negra, que impermeabiliza o solo, e se aliado a um modelo inadequado de galerias de águas pluviais em morros surgem as tão conhecidas corredeiras de águas das chuvas.

De acordo com Latour, é imperioso estabelecer uma política séria de uso do solo, um plano diretor complexo para atender as situações que requerem regras distintas, observando-se as características e o tratamento específico da localidade ou área a ser ocupada, a dimensão populacional inicial e o crescimento futuro e a densidade demográfica populacional, como também a sua intensidade edificatória futura. Feito isto, estaríamos controlando a ocupação excessiva do espaço rústico.

Existem estudos de características biofísicas que, através da observação da morfologia dos solos, de amostras coletadas em várias profundidades, do estudo da biomassa e a apreciação das combinações de fatores externos, permitem definir a quantidade e a categoria das unidades habitacionais a serem instaladas em determinado local ou área. “Sendo assim, fiquem atentos, nossos futuros governantes deveriam analisar que, em vez de anunciarem milhares de casas em uma determinada área, deveriam anunciar algumas dezenas de casas em áreas a serem ainda pesquisadas e estudadas, as quais com certeza deveriam ter um plano inicial emergencial social sobre estas possíveis aglomerações habitacionais—se é que existem tais localidades depois do ocorrido em janeiro de 2011”, salienta.

Latour sugere que cada um imagine que esta pequena síntese discursiva, na prática, levará alguns anos para se concretizar e se realizar. Isto com exaustivos trabalhos e abnegação de algumas pessoas públicas e profissionais, compenetrados com a causa ambiental e social, competentes e sérias.

Reflexão e apoio - Luiz Latour sugere uma reflexão: o solo é um recurso natural, disponível na natureza antes da intervenção humana, mas não é renovável.

Luiz Latour cita que a atividade de conscientização, em alusão ao Dia da Terra, com o tema “Uso sustentável do solo em áreas urbanas e rurais”, com visitações em áreas atingidas ou não, para conscientização pública, tem a parceria da EBMA, com apoio de A VOZ DA SERRA e vários meios de comunicação, que ajudam a divulgar questões pertinentes aos cuidados com o nosso meio ambiente e sua preservação.

Luiz Latour agradece as empresas que participaram do Dia Mundial da Água (22 de março) e do Dia da Terra (22 de abril) com conscientização pública sobre preservação ambiental. “É muito importante a participação de empresas do setor privado que ajudam a movimentar o terceiro setor em prol de uma sociedade mais sustentável junto ao meio ambiente”, citando a EBMA, Stam, Energisa, Ki-Angelim, Silthur, Meu Visual SemiJoias, Bramil, Petrobras Ambiental e Caixa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade