Nesta quarta-feira, 27 de maio, é comemorado o Dia da Mata Atlântica. A data traz à tona questões como a importância da preservação das áreas nativas para o equilíbrio ambiental do planeta. Só no estado do Rio, existem hoje 30,7% (cerca de 1,3 milhão de hectares) de Mata Atlântica original, segundo estudo divulgado recentemente pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A análise traçou um amplo panorama dos fragmentos florestais do estado do Rio de Janeiro. Por meio de uma nova metodologia a área mínima identificada nas imagens foi reduzida de 3 para 1 hectare, o que permitiu um raio-X mais preciso.
Realizado há mais de 25 anos pela Fundação SOS Mata Atlântica, o monitoramento dos remanescentes florestais do bioma incluía apenas áreas mais preservadas, acima de três hectares, capazes de manter a biodiversidade original. Com a nova metodologia, foi possível incluir áreas com vegetação de porte florestal que tenham sinais de alteração (bosqueamento, clareiras, etc.) ou que ainda estejam em estágios iniciais de regeneração. Isto permite que o mapeamento seja usado para análises de proteção da água e de políticas de criação de corredores e de recuperação da vegetação nativa.
No estado do Rio de Janeiro, esta nova classe de vegetação mapeada representa 435.530 hectares, ou 10% da Mata Atlântica original. Já os remanescentes florestais (Mata) respondem por 18,6% (814.563 ha) — o restante está dividido em mangues (0,3%), restinga (1,2%) e formações naturais não florestais (0,6%). “Em meio à crise da água que atravessamos, qualquer fragmento de floresta que garanta a proteção das nascentes e do fluxo hídrico é muito importante. Com imagens mais precisas, é possível perceber como ainda há áreas de preservação permanente sem proteção”, afirma a diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica e coordenadora do estudo, Márcia Hirota.
Unidades de conservação
Com base em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8, a pesquisa traz ainda uma análise sobre a situação de Unidades de Conservação (UCs) localizadas no estado do Rio de Janeiro, que cobrem uma área aproximada de 1 milhão de hectares, ou cerca de 40% da superfície total do estado.
Quanto a distribuição espacial das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), o estudo revelou que o município de Silva Jardim é o campeão brasileiro em número de reservas, com 22. O estado do Rio de Janeiro vem em terceiro lugar em número de RPPNs reconhecidas. “Considerando que grande parte do que resta de Mata Atlântica está em mãos de particulares, essa participação é fundamental para garantir a proteção da Mata Atlântica para as futuras gerações”, reforça Marcia Hirota.
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