A empreiteira que constrói a via compartilhada para pedestres e ciclistas às margens do Rio Bengalas, na altura da Avenida Presidente Costa e Silva, vai refazer o desvio em torno de um poste que gerou uma série de críticas nas redes sociais nos últimos dias. Primeiro, a Fender Engenharia construiu o trecho com o poste no meio; depois, fez um pequeno desvio de concreto que não foi realizado conforme o projeto. Segundo a Prefeitura de Nova Friburgo, a via compartilhada deve se desviar dos postes.
“Nos reunimos com representantes da empreiteira esta semana para que seja feito o desvio nos postes de forma correta, que não é aquela meia-luazinha que vimos”, disse o secretário da Casa Civil, Walter Thuller. “A empresa vai finalizar o primeiro trecho do projeto cicloviário para que as pessoas tenham uma ideia de como será o modal ao longo dos seus quatro quilômetros”, acrescentou.
Thuller convocou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 8 para apresentar em detalhes o projeto criado por arquitetos e engenheiros do Escritório de Gerenciamento de Convênios e Projetos (EGCP) da prefeitura, após críticas à execução da obra. O subsecretário de Projetos do EGCP, Sérgio Abi-Ramia, participou do encontro e, junto com outros técnicos do setor, explicou que o projeto estabelece a criação de uma via compartilhada, uma ciclovia e uma via partilhada.
A via compartilhada (acima) é a que já está em construção e é assim chamada porque ciclistas vão dividir o espaço com pedestres. Não haverá divisão entre faixa para ciclista e faixa para pedestre. O trecho compartilhado vai do trevo de Duas Pedras até a Rua Padre Yabar (ao lado da subestação da Energisa), onde começará a ciclovia (abaixo), exclusiva para ciclistas, que irá contornar uma faixa da Avenida Euterpe Friburguense até a ponte da Rua Sete de Setembro (em frente ao largo do bar Barbatana).
Já a via partilhada (abaixo) será construída da ponte da Rua Sete de Setembro até a altura da Igreja Luterana, no Paissandu. Ela é chamada partilhada porque terá uma faixa exclusiva para ciclistas, pintada de vermelho, e outra, separada, para pedestres. Quem passa atualmente pela Avenida Galdino do Valle Filho (do Clube de Xadrez à Luterana) já deve ter observado que a calçada que margeia o rio possui antigas faixas para pedestres e ciclistas. Elas serão reaproveitadas.
“Vamos instalar bicicletários nos recuos que já existem às margens do rio. E sinalizações de todos os tipos, verticais e horizontais, para que o pedestre e o ciclista entendam como utilizar as faixas. Em todas as interseções, onde há pontes, serão realizadas alterações urbanísticas, como rebaixamento nas calçadas de modo que o usuário possa atravessar com segurança”, disse o subsecretário de Projetos do EGCP, Sérgio Abi-Ramia.
Questionado se o projeto da via compartilhada vai criar atritos entre pedestres e ciclistas, Sérgio afirmou que o uso de calçadas por ambos já é um hábito comum no município, apesar de irregular. “Toda a via será sinalizada. Queremos criar uma cultura de respeito entre ciclistas e pedestres”, comentou, dizendo que se o pedestre se sentir inseguro ao andar na via compartilhada, poderá usar a calçada no outro lado da avenida.
Riscos nas margens do rio
Os técnicos do EGCP também foram questionados por A VOZ DA SERRA sobre o risco de ocorrer movimentação de terra no trecho não canalizado do Rio Bengalas, onde é construída a via compartilhada, na Avenida Costa e Silva. Sabe-se que na avenida, na altura do 11º BPM e do Sesc não foram construídos muros de contenção às margens do rio.
Sobre os riscos de deslizamentos de terra, os técnicos que criaram o projeto explicaram que a via compartilhada está sendo construída em concreto armado. Desse modo, se porventura ocorrer alguma movimentação de terra às margens do Bengalas, eles terão tempo para corrigir o problema e evitar o colapso da estrutura. Afirmaram também que quando o governo do estado iniciar as obras de canalização do trecho, terá que levar em conta no projeto a via para pedestres e ciclistas já construída.
Quase R$ 1 milhão
A primeira fase do projeto de construção de uma rede cicloviária em Nova Friburgo, do bairro Duas Pedras ao Paissandu, vai custar aos cofres municipais R$ 999 mil e deve ser concluída pela Fender Engenharia em até 120 dias. O governo, contudo, tem planos de construir outras ciclofaixas, de Duas Pedras a Conselheiro e do Cônego ao Centro, criando uma grande rede que ligaria o município de uma região a outra.
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