A Prefeitura de Nova Friburgo deve receber na manhã desta sexta-feira, 17, pelo menos 40 mil doses da vacina contra a febre amarela. Segundo a secretaria municipal de Saúde, todas as unidades, além da Policlínica Sylvio Henrique Braune, no Suspiro, vão fazer a vacinação. A prioridade será imunizar a população nos distritos de Lumiar e São Pedro da Serra e a localidade de Rio Bonito, devido à proximidade com Casimiro de Abreu, onde foi confirmada a primeira morte pela doença no estado esta semana.
“Nova Friburgo promoverá a vacinação segundo critérios estabelecidos pela secretaria de Vigilância Sanitária do Estado do Rio, e a partir desta sexta-feira, 17, será definida toda a logística do processo de vacinação. Como parte desse processo, a cidade deverá receber mais doses da vacina contra a febre amarela”, informa a nota.
A procura pela vacina foi grande nesta quinta-feira, 16, no posto do Suspiro, mas as doses já haviam acabado desde a última quarta-feira, 15. As doses começaram a ser oferecidas em maior escala na cidade, em janeiro, quando surgiram os primeiros casos da doença em estados vizinhos. Aproximadamente 600 pessoas foram vacinadas em Friburgo. A cidade não recebeu muitas doses porque não estava na área de risco da doença, nas divisas com Minas Gerais e Espírito Santo.
“Eu vim porque fiquei preocupado depois que confirmaram os casos no estado, mas não tem vacina. Vou voltar outro dia”, disse o empresário Márcio Gomes, no posto do Suspiro.
Nesta quinta-feira, 16, representantes da subsecretaria de Vigilância em Saúde e da Coordenação de Imunização de Nova Friburgo foram ao Rio de Janeiro e a Casimiro de Abreu discutir estratégias para o controle da doença, depois que dois casos foram confirmados no município vizinho, um deles acabou em morte. O diagnóstico de febre amarela em Watila Santos, de 38 anos, só foi confirmado na terceira vez em que ele esteve no hospital da cidade, por isso, o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) abriu sindicância para investigar o caso. O outro paciente, de 37 anos, está internado no Hospital dos Servidores do estado, no Rio.
Participaram do encontro, no Rio, representantes de 12 municípios localizados nas proximidades de Casimiro de Abreu: Nova Friburgo, Trajano de Moraes, Santa Maria Madalena, Rio das Ostras, Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito, Silva Jardim, Cabo Frio, Araruama, Macaé e Bom Jardim. Depois da confirmação dos dois casos na quarta-feira, 15, a secretaria estadual de Saúde decidiu antecipar a vacinação em 25 cidades. O Ministério da Saúde enviou um milhão de doses da vacina para o estado.
“Estaremos atuando de forma conjunta com os municípios para que possamos conduzir a vacinação com tranquilidade. Com o apoio do estado, o município de Casimiro de Abreu poderá ampliar seus pontos de vacinação, utilizando escolas, por exemplo. Também estamos montando o hospital de campanha, que funcionará exclusivamente como posto de vacinação. Queremos tranquilizar a população, uma vez que já estamos alinhados com o Ministério da Saúde para que tenhamos a garantia do fornecimento das doses necessárias da vacina para a nossa população”, destacou o secretário estadual de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr.
O secretário detalhou ainda a estratégia da secretaria de Saúde para garantir a imunização dos habitantes das áreas rurais da região, além daqueles que vivem nas proximidades das matas. Com o apoio do Corpo de Bombeiros e da Emater, agentes municipais de Saúde poderão chegar aos locais de difícil acesso. De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe, é fundamental que os profissionais de Saúde estejam atentos às contraindicações da vacina, para evitar possíveis eventos adversos.
“Nossa orientação é que sejam observadas as contraindicações e que, em casos específicos, as avaliações sejam feitas de forma individualizada, como, por exemplo, a vacinação de pessoas acima dos 60 anos de idade. Estaremos à disposição dos municípios para dar o apoio técnico e passar as informações necessárias. É importante lembrar que estamos falando da febre amarela silvestre, transmitida por vetores presentes em ambientes de mata ou ainda em áreas rurais. Portanto, quem vive nestas regiões deve ter prioridade para a vacinação”, explicou Chieppe.
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