(SECOM) - Um desfecho memorável. A noite do último domingo, 26, que encerrou a 8ª edição do Festival Internacional de Inverno de Nova Friburgo no Country Clube teve a inspiração da Orquestra Sinfônica Jovem de Campos Mariuccia Iacovino, marcada pela elegância e descontração de seus músicos integrantes.
Do palco, o prefeito Heródoto Bento de Mello, abrindo a noite, saudou o público e fez um balanço positivo dos 10 dias de festa.
“Este festival foi um bálsamo para olhos e ouvidos. A população, de forma ordeira e democrática, aderiu ao evento e embelezou ainda mais as apresentações, cantando e dançando ao som dos artistas. Tenho certeza que entramos para a história e fizemos valer a pena cada segundo, com a promessa de que muito ainda virá”, encerrou o prefeito engenheiro, que se disse rejuvenescido depois do resgate da beleza friburguense.
Dois turistas que assistiam ao concerto não paravam de elogiar a harmonia cênica da natureza de Nova Friburgo. O Country Clube, segundo eles, reunia naquela noite, em um só espaço, os quatro elementos primordiais do encantamento friburguense.
“O verde, a água, o frio e o calor humano”, enumeravam Daniel e Thereza Boaventura, vindos do Espírito Santo pela primeira vez à cidade. “É fantástico como tudo se alinha em um momento mágico, fazendo de Nova Friburgo um pedacinho do paraíso”, decantavam os turistas.
Ao som do Bolero de Maurice Ravel, a multidão que cercava o palco da ilha do Country Clube acompanhava atenta cada acorde regido pelo maestro Maurício Carneiro, famoso pelos gestos firmes e arranjos delicados. O prefeito e sua esposa, dona Betty, sentados junto ao público, compunham o coro de vozes que adornavam o espetáculo.
E tudo acabou em samba
Fundada em março de 1998, a Orquestra Sinfônica Jovem de Campos, que integra a Academia de Orquestras e Coros Sinfônicos daquela cidade, é considerada uma iniciativa inédita não só no Brasil, como também na América Latina, sendo a primeira a fazer parte do projeto Ação Social pela Música.
Com cerca de 80 componentes, de idades entre 11 e 18 anos, a maioria originada de camadas sociais menos favorecidas, a orquestra é um exemplo na formação de crianças e jovens. Depois de interpretar clássicos de Tchaikovsky e Shostakovich, os meninos de Campos surpreenderam o público no final.
Quando todos achavam que o concerto havia terminado, surgiu do palco um som familiar a todos os brasileiros. Ao executar os primeiros acordes de Aquarela do Brasil, do compositor mineiro Ary Barroso, o público, que já ia embora, voltou a seu posto e não parou mais de aplaudir.
Emendando o coro empolgado dos espectadores, a orquestra transformou o clássico em samba de gafieira e pôs todo mundo para dançar. Os músicos no palco levantavam das cadeiras, giravam os instrumentos e sambavam embalados pelo ritmo brasileiro.
No fim, tudo acabou em festa. E fogos de artifício, que encerraram oficialmente o festival friburguense.
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