Depois da queda para a segundona, Raul Marcos planeja o novo futuro do Friburguense

terça-feira, 11 de maio de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Leonardo Lima

Após 12 anos surpreendendo muita gente e dando bastante trabalho aos grandes clubes, o Friburguense não conseguiu evitar o rebaixamento e disputará a Série B do Campeonato Carioca de 2011. Os motivos da queda certamente são muitos, assim como os culpados. “Foi um somatório de coisas. Não fomos felizes na formação do elenco. O coletivo não atingiu o que planejávamos. Fizemos uma boa pré-temporada e ao fim dela acreditávamos que terminaríamos o campeonato entre os cinco primeiros. Dominamos muitas partidas mas faltou fazer gol. Criamos muitas jogadas ao longo das partidas mas a bola não entrava. Tivemos também problemas disciplinares com alguns jogadores, o que certamente atrapalhou” afirma o presidente do clube Raul Marcos.

Segundo ele, o Triangular da Morte além de trazer o prejuízo do rebaixamento, fez com que o Fri gastasse uma verba que a princípio estava voltada para outros planos, como por exemplo a construção do centro de treinamento (CT), na localidade de Centenário, em Salinas. O CT, inclusive, é visto como o futuro do clube. “O Friburguense hoje não tem uma estrutura do nível das outras equipes que disputam a primeira divisão. Precisamos viabilizar a sua construção e vamos buscar parcerias com o empresariado local, com pessoas ligadas à Kinderdoff (instituição que cedeu o espaço) e quem sabe até mesmo com o poder público” revela.

Em relação à reformulação do elenco para a disputa da Copa Rio, no segundo semestre, Raul diz que mudanças estão sendo estudadas. “Vamos utilizar esse torneio como um laboratório. O plantel ainda não está definido. Vamos tentar manter os jogadores experientes, que já têm uma forte identificação com o clube, como o Cadão, o Ziquinha, o Sérgio Gomes, o Bidú. O Adriano tinha anunciado que iria se aposentar após o Estadual mas acredito que ele ainda tem como continuar conosco. O Hércules que foi o nosso artilheiro no Carioca, o Flavinho, que fez boas partidas, são outros exemplos de atletas que vamos tentar manter.”

Certo mesmo é que o treinador Cleimar Rocha, apontado por boa parte da torcida com o principal culpado da queda não permanecerá. Para substituí-lo o tricolor deve buscar nomes que já estão no clube. “Entendemos que é o momento do Mimi (auxiliar técnico) e do Anderson Alves (treinador dos juniores)” pondera Raul. Questionado sobre o motivo desta mudança não ter sido feita antes do fim da competição ele afirma que o profissionalismo e o bom relacionamento de Cleimar pesaram a seu favor. “Eles quis entregar o cargo mas entendemos que seria melhor que continuasse. Ao contrário do que muitos falavam, o grupo estava fechado com ele. Os problemas que existiam eram isolados” garante.

Quem também continuará a frente do futebol do Fri é o atual gerente de futebol, José Eduardo Siqueira. “O Siqueirinha faz um trabalho de sucesso e a permanência dele é fundamental para nos reerguermos. Ele inclusive já foi ao Rio de Janeiro conversar com a federação para viabilizar recursos para a Série B. Não temos mais a cota de transmissão dos jogos e para ter um time competitivo o investimento não poderá diminuir. Vamos correr atrás de apoio para isso” planeja o presidente.

Outro desafio que Raul Marcos acredita ser primordial é a aproximação do clube à população. “A fusão do Serrano com o Fluminense, que originou a nossa criação não foi tão pacífica como muitos acreditam. Até hoje muita gente que era ligada a esses times ainda não digeriu muito bem essa união. Temos que quebrar essa animosidade que há contra o Friburguense. Esse objetivo eu vejo que ainda não atingi.” admite.

Com grande parte do atual elenco formado por jogadores de fora de Nova Friburgo, o clube é apontado por alguns de não valorizar os atletas de Nova Friburgo, o que é negado veementemente por Raul. “Investimos num garoto, na sua formação tanto no esporte quanto na parte social. Aí vem um clube grande, seduz o atleta, a família e somos praticamente obrigados a liberá-lo. A nossa base é formada por 60% de friburguenses. O que as pessoas precisam refletir é se vale a pena ir para um outro time e ficar encostado ou se valorizar aqui primeiro, amadurecer e somente depois se transferir” diz. E para ele a saída se encontra novamente no CT. “Com o centro de treinamento a nossa visibilidade será maior. O Friburguense vai atrair tanto jogadores como outros times que poderão treinar aqui” projeta.

Além da construção do CT, o presidente faz um balanço de sua gestão e afirma que há também outros projetos que visam a modernização do clube. “Acertei toda a vida contábil do Friburguense. Respondi a 50 processos dos mais diversos tipos, muitos referentes a outras gestões e todos foram resolvidos. Melhoramos as dependências físicas. Fomos o primeiro clube do interior a receber o laudo de estádio 100% seguro do Crea. Pretendemos agora instalar cadeiras ao longo de toda a arquibancada e também ampliar a capacidade do estádio” diz.

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