DEPOIMENTOS

quarta-feira, 31 de dezembro de 1969
por Jornal A Voz da Serra

“O prefeito de Nova Friburgo, Rogério Cabral, consternado pelo falecimento do jornalista e empresário Laercio Rangel Ventura, ocorrido neste domingo, 3 de fevereiro de 2013, externa seu profundo pesar à família do jornalista, extensivo à categoria que ele bem representou, amigos e funcionários. Segundo o prefeito Rogério Cabral, ‘lembraremos sempre da importância do trabalho do jornalista Laercio Ventura, que teve destacada atuação na imprensa regional, em que diariamente escrevia a história da nossa cidade, da qual agora também já faz parte. Que Deus conforte os familiares nesta hora’.”
Rogério Cabral, prefeito de Nova Friburgo


“A morte do querido Laercio é uma grande perda para Nova Friburgo. Um luto profundamente sentido. Espero que mesmo com sua falta A Voz da Serra continue com a grandiosidade de sempre e pautada pelo legado do querido Laercio.”
José Aucar, empresário


“Em diversos eventos que participei junto a Laercio Ventura, sempre fiz questão de frisar, tanto como primo, mas muito mais como amigo, que ele era uma referência não apenas para toda a família, mas também para toda Nova Friburgo, que perde nessa ocasião uma de suas personalidades. Laercio verdadeiramente e com uma vontade inigualável vestia a camisa de Nova Friburgo em todos os sentidos. Com certeza já está fazendo muita falta.” 
Antônio Américo Pecly Ventura, empresário


“Foi um homem de grande paixão por Nova Friburgo e pelo jornal A Voz da Serra, ao qual soube administrar de maneira ímpar. Uma perda muito sentida para toda Nova Friburgo. Todos sofremos muito com essa perda.”
Roberto Mendes, publicitário 


“Laercio Ventura é uma pessoa que já está fazendo muita falta a Nova Friburgo em vários aspectos, no político, cultural e de cidadania. Lembro-me já com saudades das suas boas histórias e da sua agradável companhia. Laercio é um homem que deixou um legado que agora irá abrir espaço para a  renovação.”
Amauri Damiance, grupo Energisa


“A morte de Laercio é uma perda irreparável para a cidade e de uma maneira muito especial para o Nova Friburgo Futebol Clube, onde tivemos o orgulho de tê-lo sempre junto. Laercio sempre foi um homem de grande destaque e de um dinamismo invejável. Soube dar sequência ao trabalho iniciado pelo pai e fez de A Voz da Serra uma referência na comunicação. Sua morte deixou Nova Friburgo órfã.”
Luiz Fernando Bachini, presidente do Nova Friburgo Futebol Clube 

“O Laercio era um homem tão completo que conseguia transitar em todos os segmentos da sociedade friburguense, independentemente das situações que o município enfrentava. Ele não só participava, mas também atuava muitas vezes como conselheiro. Laercio servia como referência, justamente por ser um norteador, um tomador de decisões. Laercio conseguiu a proeza de manter A Voz da Serra com circulação ininterrupta por tantas décadas e de conteúdo extremamente isento. Sua morte encerra um ciclo de uma geração de jornalistas e empresários da comunicação fluminense e ao mesmo tempo deixa um legado imensamente valoroso que, com certeza, servirá como orientador aos que virão a ocupar as funções de coordenadores de mídia. Laercio era sim uma referência e soube coordenar A Voz da Serra como ninguém, um jornal que pauta todos os demais órgãos e é leitura obrigatória. Num prédio, desde o humilde porteiro ao presidente de uma empresa, todos têm o hábito de ler A Voz da Serra diariamente. Isso sem contar uma legião de milhares e milhares de internet que acessam o site do jornal todos os dias em Nova Friburgo, no Brasil e no mundo para se informar sobre o que é notícia em Nova Friburgo.”
Walter Thuller, Luau TV


“A morte de Laercio representa duas perdas para mim: a pessoal e a institucional. Tive o prazer de ter com ele cerca de 30 anos de uma bonita convivência. Fui amigo do filho dele e depois meu relacionamento com Laercio só se solidificou. Era uma amizade fraterna e, mais que isso, uma amizade paterna. A partida de Laercio deixa um vazio grande em todos os seus amigos que dificilmente será superado. No campo institucional, mais que um diretor de jornal e empresário bem-sucedido, Laercio foi sinônimo de liderança. Um homem exemplo de altivez, de honradez. Nova Friburgo sente muito a sua falta.”
Roosevelt Concy, diretor da Universidade Candido Mendes 


“Com a morte de Laercio Ventura, Nova Friburgo perdeu um plumo. Era um homem referência para muitos. Eu mesmo tinha o prazer de recorrer a ele em busca de alguma orientação. Aliás, Nova Friburgo carece de referências como Laercio, um homem cuidadoso e de total suscetibilidade com Nova Friburgo, com o que era bom para a cidade. Laercio tinha a sabedoria de algumas vezes optar por não divulgar determinado fato que mais a frente poderia vir a prejudicar a cidade de alguma forma. Ele, sem dúvida, era um entusiasta de Nova Friburgo. Laercio era uma liderança, uma eminência em tudo o que fazia. Já faz muita falta.”
Girlan Guilland, jornalista e assessor de comunicação da banda Euterpe Friburguense 


“A morte de Laercio Ventura significa uma grande perda em todos os sentidos. Nesta segunda-feira, 4, Nova Friburgo acordou mais triste. Perdemos uma grande parte da nossa história. Laercio era um amigo especial, um companheiro que tinha verdadeiro amor por Nova Friburgo. Irei sentir muitas saudades de suas boas histórias, dos puxões de orelha dados de uma forma tão perspicaz... Vou sentir falta daquele bate-papo gostoso, das fofocas e acima de tudo, já sinto falta de sua presença. Laercio era invejável. Participava de tudo o que acontecia em nossa cidade. Era um homem que verdadeiramente curtia Nova Friburgo. Que saudades do Lelé, como carinhosamente eu o chamava. Descanse em paz, amigo.”
Renato Bravo, subsecretário de gestão da Prefeitura do Rio de Janeiro

“A morte de Laercio é uma perda irreparável para Nova Friburgo e especialmente para mim. Ele foi uma das primeiras pessoas que conheci quando cheguei nesta cidade há cerca de 50 anos. Era um confidente, um verdadeiro amigo que me ajudou muito e ainda ajudava até o último momento. Ter Laercio como amigo foi um privilégio. Nos anos 80 fui contratado por ele para ser repórter policial em A Voz da Serra e depois com a coluna A Voz das ruas, mas nunca perdi o vínculo de amizade com Laercio. Era um prazer terminar meu programa de rádio e passar no jornal nem que fosse para um breve alô. Laercio sempre sabia como falar e o que falar. Sua morte deixa uma lacuna no jornalismo e também em Nova Friburgo que dificilmente será preenchida.”
Pedro Osmar, radialista, Nova Friburgo AM


“Laercio Ventura era um homem que sabia verdadeiramente da amizade. Tive a honra de tê-lo como amigo e devo muito do que aprendi e do que sou ao grande Laercio. É uma perda lastimável, sofrida. Sua morte deixa uma lacuna não só no jornalismo friburguense, mas nos corações de muitos friburguenses.”
Henrique Cordeiro, empresário


Acabo de receber um telefonema de Tony Ventura dando conta do falecimento de Laercio. Perdemos um amigo, perdeu o jornal o seu continuador, perdeu a cidade mais uma figura de projeção. Quase nada se passava em Nova Friburgo que não passasse por ele. Assim, Nova Friburgo vem perdendo. São pessoas, empresas, ideais e a fisionomia da cidade. Quando retornar de minhas jornadas, encontrarei a Voz da Serra vazia! Sentimentos à amiga Família Ventura.
A cada dia Nova Friburgo perde alguma coisa e deixa de ser o que ela já foi. As empresas trocam de mãos, nossos costumes vão deixando de existir. Na minha infância e juventude e até mesmo na idade adulta, Nova Friburgo representava a vida e o crescimento. Depois de um tempo, tudo se tornou o contrário: perda e morte! Amanhã estarei em Itaboraí e à noite vou para um congresso de educação na Bahia. Deus me poupou de uma tarefa difícil. Tanto sou amigo do Laercio (e ele sabia disso) que seria muito difícil estar em seu sepultamento. Parte de muita gente estará, amanhã, sendo um pouco sepultada junto com ele.
Camões tinha razão: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança. Tudo muda”. Em menos de uma semana, dois grandes friburguenses mudaram de endereço: professor Malheiros e Laercio Ventura!
A imprensa de Nova Friburgo fica menor, como aconteceu no passado com as mortes dos jornalistas e colaboradores dos inúmeros jornais que a cidade já teve!”
Hamilton Werneck


“É com enorme pesar que transmito minhas palavras sobre a irreparável perda do nosso querido jornalista Laercio Ventura. 
Laercio Ventura foi um marco do jornalismo de Nova Friburgo. Durante 40 anos, ininterruptos, ele fez a notícia de forma limpa, transparente e ética. Laercio foi mais que um jornalista. Ele foi um apaixonado por Nova Friburgo. Batalhou sempre para o crescimento da cidade e pelo progresso do jornalismo em Nova Friburgo. Assim, lutando e acreditando, ele ajudou a escrever a história de Nova Friburgo com entusiasmo, confiança e coragem. 
Esse homem deixa um desafio para todo o friburguense, o mesmo que pautou sua própria vida: lutar pelo crescimento dessa cidade. Não posso negar o quanto estou triste e profundamente consternada com essa perda, e já com muita saudade de seus conselhos, suas palavras, sua amizade. Pois, além de colega de profissão, o senhor Laercio, como eu o chamava, foi meu mestre, conselheiro e amigo. Hoje, me sinto só, acompanhada apenas da profunda tristeza por essa perda irreparável. Meus sinceros sentimentos de pesar e dor.” 
Janayna Saade


Um homem de bem
“Quando nosso pai morreu, há tantos anos, me lembro do título de uma das matérias que escrevemos sobre ele. Pois este mesmo título cai como uma luva para este momento em que perdemos nosso irmão, nosso diretor, e para nós da família Ventura—também para os funcionários de A Voz da Serra—um pai, um porto seguro, com quem podíamos todos contar, em qualquer circunstância, a qualquer momento. E, para Nova Friburgo, como todos ressaltam, foi uma perda irreparável. 
Laercio era a alma do jornal, quem dava o norte de A Voz da Serra. Sua presença firme, segura, constante, representava o que todos precisávamos no dia a dia da redação e de todas as áreas do jornal. Com 82 anos bem vividos (e, por vezes, tão sofridos), meu amado irmão, mais pai que apenas irmão, trabalhava arduamente todos os dias da semana. Era o último a sair de A Voz da Serra. Ai, meu irmão, que falta você vai fazer! Como aquela casa fica vazia sem você, sem seu assovio pelos corredores, sem nosso diretor a nos orientar. 
No entanto, apesar de toda esta ausência, desta falta que você nos faz, você nos deixou seu legado de integridade, de correção, de ética, sua marca registrada. E é nisso que vamos nos basear para continuar a sua obra e a do nosso pai, mesmo na sua ausência.”  
Dalva Ventura


Menos um
“Ao atender o pedido da redação do jornal para escrever sobre Laercio, esbarrei na dúvida do subtítulo: o que ele era para mim? Um amigo, um irmão? Não, muito mais que isto. Ele era o meu melhor amigo. Conhecemos-nos no mandato de Attila de Oliveira, na presidência do Esperança Futebol Clube. Lá por volta de 1964, segundo testemunho de Luiz Fernando Bachini, outro integrante daquela diretoria.
Tínhamos uma amizade forte, respeitosa e até cúmplice. Era ele quem eu procurava para trocar ideias e colher um pouco de sua vivência. E o vice-versa aí era real, pois nos momentos mais difíceis e dramáticos de nossas vidas estamos juntos, um amparando o outro. Nossa identificação era tamanha que pessoas que não conheciam de perto nossas famílias me chamavam de Lucio Ventura. Aliás, alguns ainda me chamam assim, até hoje. 
Nova Friburgo, nossa cidade tão sofrida nestes últimos tempos, perde uma de suas grandes reservas morais. Dono de uma arma poderosa, a mídia, Laercio jamais a usou em proveito próprio ou para praticar um jornalismo de boatos e ameaças. Era avesso à autopromoção. Uma prova inconteste de nossa amizade pode ser avaliada através dos ‘causos’ que publiquei durante anos, em suas páginas. 
Laercio era um conhecido braço-duro. Além dos problemas com a visão, assustava a quem entrava naquela Kombi (verde, é claro. Esperança!). Pois numa aventura digna de um Indiana Jones, cruzei de Cachoeiras de Macacu até Miracema e Itaperuna, em busca de jogadores para o nosso time, ele dirigindo a Kombi e eu, ao lado, rezando.
Foi em nome de nossa amizade que, juntamente com Paulo Santos, abraçamos A Voz da Serra imediatamente após a morte do velho Ventura. Então, gerenciando a Sinimbu, Laercio confiou na dupla e o resultado foi acima das expectativas. Numa época em que a composição do jornal era artesanal e A Voz da Serra ocupava a 5ª posição em vendas, deixamos o jornal com o mais moderno sistema de impressão na época e líder nas bancas. Demos suporte para que ele se tornasse o mais importante e por vezes, o único jornal de Nova Friburgo. Muitos vieram de fora, outros daqui mesmo, chegaram a anunciar que iriam “matar” A Voz da Serra. 
Sob o firme comando de Laercio, o jornal manteve-se firme, mesmo que, por alguns anos seguidos, tenha sofrido forte campanha de alguns políticos que eventualmente ocupavam o poder de então.
Não há, nestes 68 anos de história, nenhum arranhão sequer, em seu noticiário, que tenha ferido a honra de alguém. Seus inimigos não são em número de ocupar os dedos de uma mão.
Alguns o tinham como ranzinza, outros como teimoso, mas estas facetas faziam parte de uma personalidade autêntica.
Não perdi só um amigo. Perdi o melhor deles.”
Lucio Flavo Gomes


Laercio, a nossa Voz da Serra
“Laercio partiu e certamente já estará sendo recebido pelos inúmeros amigos e amigas que colecionou ao longo de sua vida. Vibrante, precavido, curioso, fiel, persistente, desconfiado, complacente, afetuoso, honesto, amigo, companheiro e muito querido Laercio, você nos deixou.
Longe, já começo a sentir o vazio da sua falta. Tenha certeza que sua ausência será sentida e a nossa cidade jamais será igual, porque quis Deus que sua voz fosse, a partir de agora, entoada não mais em nossa Serra e sim nas nuvens do Céu.
Vá com Deus, amigo. Na festa do Céu, em sua homenagem, leve meus abraços e minhas saudades aos nossos amigos.” 
Alexandre Gazé


“Nesta minha trajetória de mais de 50 anos, nesta cidade de Nova Friburgo, um dos meus maiores privilégios, do qual muito me orgulho, que enriqueceu, enriquece e enriquecerá cada vez mais a minha vida, foi o convívio com este homem que jamais precisou de um adjetivo para se valorizar, porque ele era um substantivo lapidar em defesa dos sonhos maiores desta cidade que ele tanto amou. Laercio Ventura, obrigado pelo seu extraordinário trabalho realizado na imprensa, dignificando-a e defendendo-a de todas as impurezas que o sistema tenta impor. Se vivo fosse, Leônidas sentiria orgulho de você por saber tão bem combater à Sombra. A história de Nova Friburgo, tenhamos certeza, se engrandeceu ainda mais com a sua trajetória em favor da sua terra querida. Obrigado por tudo que você fez pela vida maior do ser humano.”
Julio Cezar Seabra Cavalcanti (Jaburu) 


“Em nome da Diretoria do Lar Abrigo Amor a Jesus, manifesto nosso pesar pelo falecimento do grande amigo e colaborador Laercio Ventura. 
Juntamo-nos a seus familiares e aos funcionários de A Voz da Serra, rogando a Deus que nos dê serenidade e aceitação e que receba o nosso irmão Laercio quando de seu retorno à família de origem: a Casa do Pai.”
Clélia Rangel – Lar Abrigo Amor a Jesus


Adeus, mestre...
“As reticências do adeus são propositais, porque há certos homens que se eternizam nas personagens que deixam para a posteridade. Há muita dor no adeus, mas ao mesmo tempo há certa ternura! A ternura de se despedir, sem temor de chorar e revelar-se um frágil perante a estupidez que é a perda de alguém querido. A ternura de deixar a saudade se instalar no peito, sem saber se há como mandá-la um dia embora. Não! A saudade não vai embora porque significa que houve ali amor, devoção, admiração. Só quem tem esses sentimentos pode sentir saudade. Eu sinto uma baita saudade nesse momento de tantas coisas que jamais poderei repetir de novo, como o simples fato de que atrás daquela mesa bagunçada, repleta de papéis, não estará mais Laercio Rangel Ventura.
Meu professor, meu mestre, meu conselheiro, meu incentivador... O homem que me contava as histórias da história de Nova Friburgo, com riqueza de detalhes. Com ele, muitas dessas histórias se vão sem nunca terem sido publicadas. Histórias de pessoas comuns, folclóricas, destacadas na sociedade, pessoas boas e más. E ele lidou com todo esse tipo de gente com maestria, fossem prefeitos ou jogadores de futebol; fossem empresários ou seus próprios funcionários; fossem quem fossem. Vou sentir muita falta de quando ele me chamava para uma conversa de 10 minutos que se estendia por horas. E ficava lá feliz, porque não teve uma vez, uma vez sequer, que eu tenha saído de lá mais pobre! Deixava aquele escritório rico de histórias, de conhecimento, de lições, e, algumas vezes até com a boa inveja por não ter vivido aqueles fatos que me contava.    
Há muita dor no adeus e dor maior ainda quando na história se fecha um ciclo. Fica o legado acima da marca na linha do tempo. Tempo... Todos nós temos o nosso tempo. Como vencê-lo? Em matéria não há como! Mas o tempo perde pra gente quando deixamos uma biografia marcante. Laercio venceu o tempo, porque seu nome e biografia não são passíveis de esquecimento.
Com ele acaba também um tempo de uma Nova Friburgo. Encerra-se de fato um ciclo. Talvez seja o último daquela velha Nova Friburgo. Uma cidade que respirava futebol. Presidente do Esperança, sabia que aquela magia vivia também da rivalidade saudável entre os pavilhões de outrora. Amava a vida em clube. Era rotina passar no Nova Friburgo Country Clube para ouvir as fofocas, rever amigos, tomar uma bebida... Posicionava-se com fervor pelos ideais que tinha. Salve o antigo PSD. Salve Lacerda! Um lacerdista nato que, apesar de nunca ter sido candidato a nada, vivia a política. Tinha devoção pela história e valorizava com exaltação cada fato desse gigantesco vale. Dividia as histórias que sabia com paixão—ensinando assim que um homem tem que passar adiante aquilo que o emociona. Apreciava o café no bar pela manhã para de fato começar o dia. Tinha humor, sarcasmo, sacadas rápidas ainda que falasse pausada e devagar. Gozava a vida e tinha imenso prazer em viver. É talvez o último remanescente de uma cidade que girava em torno das indústrias, e, ele defendia a Sinimbu com força! 
Mas defendia mesmo com garra o jornal A Voz da Serra. Sua vida! Sua forma de manter firmes os laços com seu pai. Sofria se A Voz da Serra sofria. Alegrava-se se A Voz da Serra sorria. Vai com ele uma Nova Friburgo que escapole de vez de suas origens. A Voz da Serra cala. A Voz da Serra esmorece. A Voz da Serra fala com tristeza. A mesma de quando seu fundador, Américo Ventura Filho, partiu. A mesma das nossas tragédias climáticas dos anos 70 e da nossa maior tragédia há dois anos. Diferente, no entanto, porque aqui a voz que cessa é a própria A Voz da Serra. 
Porém, ele ensinou A Voz da Serra a ser um sobrevivente. A Voz da Serra se transformou, suportou e suporta as intempéries e prossegue sua jornada de escrever e testemunhar a história de Nova Friburgo. A Voz da Serra é uma instituição. E sabemos que uma instituição só vence ao tempo com ousadia e determinação advindo de liderança perspicaz. E essa liderança para nós tem um nome e um sobrenome: Laercio Ventura. Ele é o condutor deste sonho em linhas prensadas diariamente. O seu exemplo fica para ser a força que os cavalheiros das palavras necessitam para seguir em frente. Será difícil, mas há uma referência clara!
Fico em paz, porque ele sabia o quanto eu o adorava! Não cansava de dizer a ele isso! E deixei isso claro num texto que escrevi em 14 de abril de 2010, por ocasião de seus 80 anos. É exatamente o que eu gostaria de dizer a ele agora!  
‘Eu tenho alguns mestres. Pessoas que por algum motivo entraram na minha vida para me oferecer luz, a tal luz que todos nós necessitamos. Ouço a eles com atenção e por eles oriento os meus passos. Entre esses mestres está Laercio Ventura. 
Sei que ele não gosta dessa bajulação pública, tampouco a utilização de A Voz da Serra para exaltá-lo. Mas hoje me dou a permissão atrevida de exaltá-lo, abertamente. E que melhor data para homenagear um mestre do que no dia de seu aniversário? Ainda que singelamente.
Pois bem, exalto-o sem exageros. Nutro por ele uma profunda admiração por muitos motivos. Admiro-o por ser esse jovem senhor sempre sonhador; por ser aquele que escuta e que com poucas palavras define uma questão; por ser um apaixonado incorrigível e que por assim ser não se furta ao envolvimento com tudo aquilo que acredita e defende; por ser um forte, um idealista racional e inteligente! E atrás da sua mesa abarrotada de papéis, está um poeta que tem poesias escondidas em seus pensamentos cheios de histórias, causos e gente. E ninguém conhece gente melhor do que ele. Especialmente essa gente de serra!
Seu Laercio—o condutor das palavras, o protetor. Sim! Seu Laercio tem uma mania: proteger aqueles que gosta, o que não quer dizer que abrace erros. Até porque proteger é acima de tudo ensinar, dispor seu tempo e paciência para dar asas aos seus para que enfrentem seus medos e iluminem os labirintos escuros. Seu Laercio sabe disso, assim é Seu Laercio e eu me sinto um protegido. Protegido não! Abençoado por poder trilhar a luz que me oferece.    
E adoro, no fim da tarde de um dia qualquer, sentar na sua sala e escutá-lo. Sinto-me como o discípulo que curioso quer ouvir todas as histórias de décadas de vivência em apenas alguns minutos. Atento, ouço aqueles passeios bem vividos que nem sempre tem a tal moral da história, mas que me oferecem o testemunho sábio de quem já apanhou, mas que foi muito mais agraciado pela vida. E nenhuma conversa com Seu Laercio é dispensável. Todas acrescentam algo e é por isso e por tantas outras coisas que o considero mestre. Porque um mestre divide aquilo que sabe e sente!
Dedico com carinho ao mestre essas linhas tortas de quem não encontra nas palavras a devida expressão. Dedico com carinho ao mestre essa crônica em que ele é personagem principal e que, em suma, quer dizer muito obrigado por me deixar ser seu discípulo, filho, aprendiz, afilhado, abençoado! E como ainda tenho muito para aprender, quero ser, assim, discípulo, filho, aprendiz e afilhado do mestre Laercio por mais uns 80 anos.’       
É! Não será possível! Não teremos mais 80 anos. Como não será possível o cumprimento de um pacto que fiz com ele no hospital, dias atrás: ele não poderá cumprir—eu entendo. Mas lá do céu ele verá no tempo certo que eu cumpri com a minha parte.    
Ah, meu mestre! Vai! Segue a luz! Sai da vida para virar lenda! Deixa de escrever para virar história. Deixa de contar causos para ser sempre a voz da serra que guarda sua voz nesse momento para com muita dificuldade, simplesmente dizer: adeus... Adeus com reticências... Eternas reticências...”
Wanderson Nogueira, jornalista


“Eu tinha decidido que não daria depoimento sobre o meu primeiro e mais querido chefe. Mas aí a Zezé me abraçou ontem cedo e disse que eu era a ‘queridinha’ dele, que ele sempre me elogiava e que gostava muito de mim. Fui às lágrimas, mais uma vez. E me dei conta de que devia isso a ele—e a mim também. Redigir este texto na redação de A Voz da Serra, 30 anos depois de deixar minha cidade para realizar meu sonho de ser jornalista, acaba sendo a última homenagem que posso prestar a esta figura ímpar e apaixonante, que fez parte da minha vida e a quem sempre agradecerei, com carinho. Laercio Ventura me contratou quando eu tinha 14 anos... e lá se vão 30. Foram três anos trabalhando em A Voz da Serra. Evidentemente, não conseguia ficar parada na minha salinha, onde digitava todos os textos que seriam publicados no jornal. Lembrando que era um tempo em que o mundo desconhecia completamente a existência da internet, computadores eram artigos de luxo e o mundo virtual não passava de ficção científica. 
Todas estas dificuldades, impensáveis para os jornalistas de hoje, faziam da nossa profissão algo mágico. Eu acompanhava atentamente tudo o que acontecia na redação, estava sempre por ali, querendo entender toda a engrenagem. O Jornalismo já estava nas minhas veias. E Laercio Ventura era, como sempre foi, uma figura que destoava: o dono do jornal, que resolvia todos os tipos de problemas e situações, tinha total conhecimento das coisas, jamais tomava decisões sem calcular as consequências, com a responsabilidade de quem sabia exatamente o que estava fazendo e, mais importante, o motivo. 
Isso é algo que muitos jornalistas deveriam aprender... qual a consequência daquilo que será publicado no jornal. E Laercio Ventura sempre soube e, talvez por isso, era mais do que um jornalista. Era um articulador político, participava ativamente da vida de Nova Friburgo, ouvia atentamente e falava quando era preciso. Era um sábio. Ele trazia consigo, como ninguém, a história da cidade, de seus habitantes. 
E todo este conhecimento preciso sobre Nova Friburgo fez de Laercio Ventura um personagem maravilhoso e cuidadoso. Conviver, ainda que por pouco tempo, com Laercio Ventura, foi um privilégio. Uma pessoa com fama de rabugenta, legalista... não. Um cidadão que se preocupava com sua cidade, que usava o jornal como forma de contribuir para o desenvolvimento da região, ainda que, para isso, tomasse decisões editoriais que pudessem ser criticadas por quem desconhecia o contexto.
Quando voltei, em 2009, para um novo período de trabalho que se encerrou ano passado, reencontrei o meu chefe querido. Foram quatro anos de convivência semanal, que só me trouxeram a certeza de que o ‘Seu Laercio’ era mesmo uma pessoa muito, muito especial. Resmungava, sim, quando eu enviava reportagens dos meus alunos; falava que eram enormes, cheias de foto e tal. Brigava com a Angela Pedretti porque ela fazia um carnaval com o material que eu mandava. Mas, no fundo, eu sei que ele ficava feliz com tudo aquilo. Sentar em sua sala para um bate-papo descontraído e ouvi-lo contar os ‘causos’ sempre foi diversão garantida. Nossos almoços no Chimarron eram momentos únicos também. 
E mais, Laercio Ventura foi um homem de coragem. Sob todos os aspectos. Sempre lutou por tudo em que acreditava, sempre foi às últimas consequências, no âmbito pessoal e profissional, em busca de sua realização. Tenho sua história de amor com Zezé como exemplo de determinação e coragem. Zezé, que hoje me abraçou e se lembrou de quando me pegou no colo, eu ainda menina, sorriu pra mim e me fez chorar ao dizer que ele a fez feliz e vice-versa. 
Hoje, só tenho a agradecer pelo tempo em que pude conviver com o ‘Seu Laercio’. E, como friburguense, angustiada com os problemas e denúncias de corrupção que tanto afetam a imagem da cidade e entristecem a todos, tenho certeza de que nosso mestre maior vai deixar uma lacuna que ninguém será capaz de preencher. Laercio Ventura é único. E Nova Friburgo deve muito a ele. Eu devo muito a ele. E tenho muito orgulho em dizer isso. Obrigada, Laercio Ventura.”
Liliane Souzella, jornalista


Meu amigo, meu parceiro!
“Durante os últimos anos foi ele, Laercio Rangel Ventura, o principal parceiro na tarefa, sempre muito difícil, por vezes quase impossível, de preservar a memória friburguense, a nossa História, as nossas melhores lembranças. Ele, desde muito tempo, sempre presente no cotidiano do Arquivo Pró-Memória, preocupado com a continuidade do acervo documental, pronto para qualquer auxílio mais urgente e necessário. Dessa forma, parceiro ativo, tornou-se, também, Membro do Conselho de Administração da Fundação D. João VI de Nova Friburgo, e não poderia deixar de sê-lo. Abraçou a causa da digitalização do acervo como poucos fizeram. Durante o difícil período de instabilidade política em Nova Friburgo, foi voz determinante pela continuidade dos trabalhos. Nos momentos mais difíceis, ouvi dele os melhores conselhos, a melhor orientação, e, assim, foi possível prosseguir.
Sobre o amigo, mais ainda teria eu para dizer, muito para agradecer a respeito de uma amizade que vem de muito tempo. Lembranças que une ambas as famílias, desde os tempos de D. Guida e do “seu” Ventura, amigo e senhorio do meu avô materno, na Rua Moisés Amélio, e nas muitas Histórias ditas pela minha mãe—já centenária e ainda muito lúcida. Depois, a amizade continuada através do meu pai, Lucas, junto ao segundo na descendência familiar, Américo Ventura. Amizade de muitos anos e de muitos compromissos realizados. Assim, apesar da diferença de idade, foi o Laercio, além de parceiro, um grande amigo. Amizade, talvez, de um irmão mais velho!
Então, pela parceria realizada, fica aqui dito e registrado, publicamente, o meu muito obrigado. Pela amizade, falo do privilégio que foi o de conhecê-lo e das lembranças que haverão de permanecer em meu coração.”
Nelson Bohrer (Guguti)


Um coração imenso
“Não gostava de chuvas. E certa vez me disse que adorava, quando menino, observar as estrelas. Não era poeta. Achava que não. Mas apreciava caminhar pelas ruas à noite, decorar sonetos, versos e ler. Ler era uma paixão. Amor, tinha pela vida. Amava mesmo viver! E viveu intensamente tudo o quanto pôde. Com um saudosismo que era pop. Ele era pop! E caminhava na frente abrindo portas, desafiando segredos, construindo sua história. Nossa história! Bravo guerreiro!
No domingo, 3 de fevereiro, um vento forte soprou em todas as direções prenunciando a chuva do final de tarde. Era ele que se despedia. Lutava bravamente para ficar. Queria ficar. Mas foi impossível e foi-se com o vento, desfolhando nossas almas, deixando para trás uma linda história de vida.  
— Adorava o antigo clima do verão de Nova Friburgo da minha juventude. Calor durante o dia, chuvas no final da tarde e noites de céu estrelado! — disse.
E olhou com cara de insatisfeito para o prato de legumes cozidos sobre a mesa da extinta Majórica, templo que resguardou parte da história da cidade e sediou os muitos almoços que tivemos durante esses trinta anos de convivência e aprendizado. Mas quando, forçosamente, precisou fazer dieta, torceu o nariz. Retirava os comprimidos da caixinha, fazia cara de muxoxo e brindava a vida com um copo de água mineral. Saúde!, era o que mais pedia.
Mas a nossa história começou bem antes de A Voz da Serra. Foi no início dos anos 70, quando a juventude se dividia entre rasgar a calça jeans ou cantar com louvor na missa dos jovens, embalados pelo violão do Sérgio Garcia e a voz da Eliana Yunes, na Catedral São João Baptista, que resolvemos criar o UVA, um grupo de oração que se reunia no velho casarão de janelas cor de vinho, na Avenida Comte Bittencourt. A casa dos Ventura. 
Adriana e Mekinho Ventura lideravam o movimento que pretendia, além das orações, arrecadar donativos para as visitas às instituições, independente do rock and roll, dos primeiros cigarros, dos primeiros goles e de tantas descobertas que estavam por vir. Depois vieram as perdas, muitas. Porque, quanto mais crescemos mais nos deparamos com as despedidas. É a regra. É preciso que alguns sejam chamados para que outros possam chegar.
E os anos 80 chegaram plenos, marcando reencontros e selando novas e mais fortes amizades. Lucio Flavo me convidou para escrever em A Voz da Serra e eu aceitei. Mas convencer o Laercio não foi fácil. Ganhando a oportunidade de rever e abraçar novamente o pai da Adriana e do Mekinho, a quem só via quando a cantoria se encerrava na sala da velha casa, ou quando éramos severamente recomendados para ‘termos juízo’ a caminho dos arrastas, festas e aniversários, fui pouco a pouco conquistando espaço.
Era um visionário. Criou a Lurdes Guerreiro — pseudônimo da Yeda Santos — e fez dela a grande colunista social da região naqueles anos 80 em que o jornalismo se modificava. O Brasil vivia o sonho da abertura política, a imprensa tinha esperanças na democracia, a cidade vivia o ‘boom’ do novo governo Heródoto e os adjetivos, essenciais no código linguístico da minha coluna, ‘Manias e Maneiras’, incomodavam ao mestre.
— É muita frescura! — dizia. E se dobrava de rir.
Depois se curvou. E foi aos poucos se transformando num leitor assíduo da minha coluna. Trocávamos notícias. Opiniões. Telefonemas. Segredos. E o seu carinho deixou de ser formal para ser emocional. Era o meu pai. Vibrava com tudo o que realizava. Com as minhas conquistas e vitórias. Afetuoso avô dos meus filhos. Nem quando morei no Rio de Janeiro deixou que cortássemos o vínculo. E salve o fax! Que permitiu que a coluna se mantivesse periodicamente.  
Ao longo desses 30 anos de A Voz da Serra, o meu maior tesouro não são as colunas. Nem as palavras, muito menos o prestígio que conquistei e que não é privilégio só meu, mas de todos os companheiros. O meu maior tesouro é a convivência com um homem que fez do trabalho o seu alimento, que pactuou o bem com seus amigos, que exerceu com lucidez e uma sabedoria ímpar, a autoridade. Que sabia dizer ‘não’, sem perder o afeto e a doçura. E contra suas broncas não havia nenhum argumento.
Laercio Ventura, meu pai e amigo, viveu 82 anos de bem com a vida. Pronto para aprender tudo de novo e recomeçar se fosse necessário. Um avô que foi mais que um pai. E um pai sábio e generoso que ensinou mais do que sabia. Sereno, justo e amigo. Acima de tudo, amigo. E tenho centenas de testemunhas para o que afirmo. 
Fez de A Voz da Serra a sua casa. Ali chegava cedo e só saía quando a edição já estava impressa. Falar com Laercio? Bastava ligar para o jornal a qualquer hora. E a sua família, que tanto amou, eram, além da filha, Adriana, seus netos Gabriel, Isabela e Sofia, sua irmãs, sobrinhos, sua esposa Maria José, suas enteadas, colaboradores e funcionários, gente importante para ele, além dos especialmente amigos, com quem dividia angústias, alegrias e conquistas... em almoços marcados na agenda, gerando muitas crises de ciúmes. E a gente só sente ciúmes de quem ama.
Seu coração era imenso. Cabia gente demais! Um homem que amava viver precisava mesmo de um grande coração. E era isso que fazia do Laercio um menino. Um sempre garoto. Pronto para os desafios, com os olhos brilhantes e o desejo de realizar. Tinha projetos, sonhos, queria fazer mais pelos outros do que por si mesmo. Para ele bastava a vida. E a encarava com o coração aberto.
Ele será para sempre a minha maior lição de vida. Ele será para mim a maior prova de que os laços que unem uma família não são os de sangue, tão-somente. Exemplo de determinação, coragem e bondade. Aquele que me ensinou a saber quem sou. Meu conselheiro. Meu mestre. A quem amarei para sempre.
Descanse em paz, meu querido amigo. Há mais uma estrela no céu para encantar os seus olhos de menino!”
David Massena


“Prezados amigos do A Voz da Serra, hoje Nova Friburgo amanheceu mais pobre. Perdemos um grande friburguense que, como poucos, soube amar essa cidade e fazer amigos. 
Só não era amigo do Laercio quem não o conhecia ou não teve o privilégio de usufruir de sua intimidade.
Para nosso conforto, incontáveis foram as homenagens prestadas a ele por quase todos os setores da sociedade ao longo de seus 82 anos bem vividos. Ele deixa-nos um legado de amor à cidade e ao ser humano. Resta-nos a saudade de quem continuará vivo em nossos corações.”
José Carlos Alves, advogado


“O presidente da Câmara Municipal de Nova Friburgo, Marcio Damazio, em nome do Legislativo friburguense, externa os mais sinceros sentimentos de pesar aos familiares e amigos do jornalista Laercio Rangel Ventura. 
Laercio Ventura, estimado diretor-presidente do jornal A Voz da Serra, um dos principais veículos de comunicação da região serrana e centro-norte fluminense deixa um legado que ficará para sempre na história do município.”
Márcio Damazio, presidente da
 Câmara de Nova Friburgo


“Terminando a faculdade, voltei para Friburgo e tive a chance—e a honra—de começar a carreira em A Voz da Serra. E melhor, a chance de conhecer Laercio Ventura, que, além de um grande homem, torcia pelo Fluminense. Compartilhávamos opiniões, decepções e, ainda bem, muitas alegrias do nosso tricolor. E como um bom integrante do Time dos Guerreiros, ele seguiu pela vida, lutando, carregando na alma as três cores “que traduzem tradição”, o verde da esperança, o branco da paz e da harmonia e o vermelho do vigor, do amor. Vigor que só se justificava pelo amor que sentia por seu jornal, seu trabalho, sua cidade, sua família. Combinávamos de ir para o Japão ver o nosso Fluzão ser campeão do mundo, no final do ano. Não deu. Mas vou me lembrar dele—e muito—nesse dia. Saudações tricolores, Seu Laercio.”
Liliana Sarquis, jornalista


Ao Laercio Ventura, uma saudade
“Entramos neste mundo sem entender nada sobre o que somos e a que viemos. E é nesse obscuro perpassar dos dias que vamos somando acontecimentos e anexando pessoas, num movimento constante de preencher as páginas da vida, entretecendo biografia e perpetuando o tempo.
Ao registro oficial desse cotidiano dá-se o nome de acontecimentos sociais, no qual se busca resguardar situações memoráveis, alegres ou tristes, onde se pretenda, à medida do possível, tornar duradouros atos e fatos dignos de preservação. Foi com esta intenção que nasceu o Caleidoscópio, em A Voz da Serra, assinado por uma fictícia Lourdes Guerreiro, que o Laercio achou por bem abrigar nas páginas do seu jornal, registrando lembranças relevantes de uma cidade. E foram dez anos de atividades em que procurei evidenciar, sob caracteres tipográficos, a vida ativa de Nova Friburgo em sua importância, visando atender a curiosidades de futuros historiadores.
Hoje, deixei que a Lourdes Guerreiro ressurgisse, numa homenagem ao meu amigo/irmão, para noticiar sua morte nesta edição especial, em que uma cidade chora um dos seus filhos mais eminentes. Minha voz de antiga colunista não poderia faltar neste coro, em que tantas vezes enalteci friburguenses ilustres, que honraram sua passagem pela Terra, com uma vida digna de reverência.
Que Deus o receba em sua eterna Glória.”
Yedda Pereira dos Santos


“A Voz da Serra e Friburgo estão de luto: faleceu domingo, às onze da noite, Laercio Ventura, diretor do jornal e figura de destaque na sociedade friburguense. Eu, em particular, conheço Laercio há mais de vinte anos, pois fui seu médico até quarta-feira, 29 de janeiro, data de sua última consulta, e colaborador como colunista do jornal A Voz da Serra. Aliás, devo muito a ele o meu crescimento como jornalista, pois foi através de Laercio que, em 2005, como estagiário do jornal, dei meus primeiros passos nessa nova profissão.
Perdi um amigo, um conselheiro, um companheiro de papo gostoso e instrutivo nas areias da Praia do Forte, em Cabo Frio. Nova Friburgo também perde uma figura marcante, atuante e que teve o grande mérito de manter um jornal em atividade por mais de sessenta anos, cumprindo seu papel de manter a população da cidade informada sobre os acontecimentos locais e da região.
A saudade é grande, a dor maior ainda, a perda irreparável. 
De coração, Laercio, o meu muito obrigado. Aliás, é importante para mim afirmar que esse agradecimento foi feito, pessoalmente, várias vezes e agora renovado na sua despedida.”
Max Wolosker, 
médico, jornalista e colaborador de AVS


“A tristeza tomou conta de mim no dia de hoje. Silenciei ao saber da perda do amigo Laercio Ventura, homem de fibra e personalidade, companheiro nos bons e maus momentos. Só quem conviveu de perto sabe o grande privilégio de ter sido amigo do ‘Seu Laercio’. Confesso que não me preparei para esse momento, pois grandes homens nos parecem imortais. Na verdade são. Que o A Voz da Serra prossiga com força, rememorando em nossos dias um pouquinho do nosso querido Laercio. Vai em paz, amigo!”
Wilton Mello


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