Apesar dos avanços trazidos pela Lei Maria da Penha, que completou seis anos no mês passado, os casos de violência contra a mulher ainda são frequentes no Brasil. Em Nova Friburgo não é diferente, porém as estatísticas apontam que as vítimas estão mais conscientes e denunciando os casos aos órgãos públicos responsáveis pelas agressões. Uma prova disso é que só nos primeiros seis meses deste ano, o Centro de Referência da Mulher (Crem) recebeu 230 denúncias, número considerado alto pela equipe do órgão.
Outra prova do aumento das denúncias no município é o resultado do dossiê sobre a violência contra a mulher divulgado recentemente pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão vinculado à secretaria de Estado de Segurança. “De acordo com o relatório, Nova Friburgo ocupa o segundo lugar no estado nas estatísticas de violência contra a mulher. Uma das razões é que com a implantação da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), os casos de violência contra a mulher são registrados separadamente e ganharam mais visibilidade”, explica a coordenadora do Crem, a advogada Rosângela Cassano.
Além da instalação da Deam em setembro do ano passado, Rosângela destaca que as mulheres estão mais corajosas e informadas acerca de seus direitos. “Isso se deve a algumas ações de caráter preventivo como as palestras que temos realizado na zona rural do município. A imprensa também tem abordado com frequência a questão da violência contra a mulher e ajudado muito a divulgar o nosso trabalho. A VOZ DA SERRA é um de nossos aliados nessa luta”, enfatizou Rosângela.
A advogada cita outro dado novo nos registros de violência contra a mulher na cidade. “Aumentou o número idosas agredidas por seus filhos, geralmente dependentes de drogas, e de adolescentes e crianças estupradas por familiares como avôs, tios e pais”, diz ela acrescentando que na maioria dos casos, o agressor ainda é o atual ou ex-marido, companheiro ou namorado. “Para mudar esse quadro é fundamental vencer o medo e denunciar a violência porque a maior arma do agressor é a omissão de quem é agredido”, conclui Rosângela.
Um pouco mais sobre o Crem
Localizado em uma loja da antiga Rodoviária Leopoldina, o Crem foi fundado há seis anos com a proposta de oferecer todo o amparo necessário à mulher vítima de violência, que chega à unidade fragilizada e nem sabe a quem e como pedir ajuda. Cabe ainda ao Crem acionar toda a rede de atendimento existente no município, para garantir o auxílio necessário às vítimas de violência, encaminhando-as à delegacia especializada de atendimento à mulher, à Justiça e até mesmo a abrigos, caso seja necessário. Vale destacar que todos os atendimentos são sigilosos. O telefone do Crem é (22) 2525-9226.
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