Dengue cresce no Brasil, mas incidência é baixa em Friburgo

Número registrado este ano, sete casos, até agora é o mesmo de todo o ano passado
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
Dengue cresce no Brasil, mas incidência é baixa em Friburgo

 

Com a proximidade do verão aumenta a preocupação com a incidência de doenças transmitidas pelos mosquitos, principalmente o temido Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. E esse temor ganhou ainda mais força depois que o Ministério da Saúde divulgou na última segunda-feira, 11, que o número de registros de dengue em 2019 teve um aumento de 599,5%, na comparação com o ano passado, que somou 205.791 notificações. Somente no período de 30 de dezembro de 2018 à 24 de agosto de 2019, foram registrados 1.439.471 casos da doença em todo o Brasil. A média é de pouco mais de seis mil casos por dia.

Atualmente, a taxa de incidência da dengue no país é 690,4 casos para cada 100 mil habitantes. No total, 591 pacientes com a doença morreram este ano em decorrência de complicações dos quadros de saúde. Minas Gerais é o estado com o maior número de ocorrências, com um total de 471.165. Um ano antes, os municípios mineiros registravam 23.290 casos. São Paulo (437.047 casos) aparece em segundo lugar, sendo a unidade federativa em que a incidência da doença mais cresceu (3.712%), no intervalo de análise. Em 2018, foram registrados 11.465 casos. Apenas dois estados apresentaram queda na prevalência da dengue: Amazonas, que diminuiu o total de 1.962 para 1.384 (-29,5%), e Amapá, onde houve redução de 608 para 141 (-76,8%).

A dengue em Friburgo

Para traçar um comparativo entre os números nacionais e os locais, A VOZ DA SERRA solicitou à Subsecretaria de Comunicação Social da prefeitura um levantamento da situação em Nova Friburgo. Segundo a nota enviada pela Secretaria Municipal de Saúde, “os dados do Ministério da Saúde não refletem a realidade de Nova Friburgo, que registrou poucos casos nos últimos anos. O que não é motivo para descuidos na prevenção à doença, principalmente no verão, quando o risco aumenta e a população fica mais suscetível à dengue”, informa trecho da nota.  

A Secretaria Municipal de Saúde informa ainda que “em todo o ano passado foram registrados apenas sete casos de dengue em Nova Friburgo. Já neste ano de 2019, até o momento, também foram registrados sete casos”, o que sugere um pequeno aumento em relação à 2018. No entanto, a prefeitura esclarece que ainda há casos em investigação, o que significa que os dados ainda estão sujeitos a revisão.

A nota finaliza dizendo que “o trabalho de combate à dengue é realizado durante todo o ano por ações da Vigilância Ambiental, de Educação em Saúde, além de visitas domiciliares em pontos estratégicos”. Por fim, a Secretaria Municipal de Saúde informou que ainda não há previsão para a realização da campanha  ‘Dia D contra a dengue’, no entanto, as ações de organização para enfrentamento, tanto na questão ambiental, quanto para atendimento de casos, já estão sendo programadas pelas equipes responsáveis.

Chikungunya e zika no Brasil

O levantamento divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde também reúne informações sobre a febre chikungunya. Ao todo, os estados já contabilizavam, até o final de agosto deste ano, 110.627 casos, contra 76.742 do mesmo período em 2018. Segundo o ministério, o índice de prevalência da infecção, que também tem como transmissor o mosquito Aedes aegypti, é bastante inferior ao da dengue: 53,1 casos a cada 100 mil habitantes. Como estados com alta concentração da doença destacam-se o Rio de Janeiro (76.776) e o Rio Grande do Norte (8.899).

Até o encerramento do balanço, haviam sido confirmadas laboratorialmente 57 mortes provocadas pela chikungunya. Em âmbito nacional, a variação de um ano para o outro foi 44,2%, sendo que na Região Norte do país houve recuo de 32% e no Centro-Oeste, de 92,7%. O boletim epidemiológico acompanha também a situação do zika vírus. Nesse caso, somente o Centro-Oeste apresentou queda nas transmissões (-35,4%). De 2018 para 2019, o total de casos de zika saltou de 6.669 para 9.813, gerando uma diferença de 47,1% e alterando a taxa de incidência de 3,2 para 4,7 ocorrências a cada 100 mil habitantes. Neste ano, o zika vírus foi a causa da morte de duas pessoas no Brasil.

Recomendações

O Ministério da Saúde aconselha que, durante o período de seca, a população mantenha ações de prevenção, como verificar se existe algum tipo de depósito de água no quintal ou dentro de casa. Outra recomendação é lavar semanalmente, com água e sabão, recipientes como vasilhas de água do animal de estimação e vasos de plantas. Não deixar que se formem pilhas de lixo ou entulho em locais abertos, como quintais, praças e terrenos baldios é outro ponto importante. Outro hábito que pode fazer diferença é a limpeza regular das calhas, com a devida remoção de folhas que podem se acumular durante o inverno.

 

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