Deficiente visual lista dificuldades e sugere melhorias em Friburgo

Com uso da tecnologia, Carlos Luiz da Silva pelo menos consegue se conectar com facilidade
terça-feira, 03 de dezembro de 2019
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
Em poucos espaços públicos há piso tátil (Fotos: Henrique Pinheiro)
Em poucos espaços públicos há piso tátil (Fotos: Henrique Pinheiro)

 

Nesta terça-feira, 3, é celebrado o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. A data tem o objetivo de informar a população sobre todos os assuntos relacionados a deficiência, seja ela física, auditiva, mental ou visual. O deficiente visual, Carlos Luiz da Silva, de 45 anos é estudante e concluiu recentemente o ensino médio. Segundo ele, a maior dificuldade que enfrenta é com o transporte público, pois sempre depende da ajuda dos transeuntes para conseguir embarcar no ônibus correto e saber em qual ponto tem que descer. “Eu preciso pedir para que alguém me ajude a fazer sinal, pra ficar de olho quando o ônibus passar”, explicou o estudante. Em poucos espaços públicos há piso tátil, exceção para a Estação Livre (antiga rodoviária urbana) e a porta de algumas agências bancárias.     

Carlos também sugeriu que os locais públicos possam disponibilizar recursos para a orientação correta do deficiente visual. “A Praça Getúlio Vargas é um local onde deveria ter piso tátil. O chão é muito irregular. A orientação tem que ser mais precisa”, pediu. Grande aliada, a tecnologia tem sido um facilitador na sua vida. Através de aplicativos de celular e programas de computador, o estudante pode ter acesso a vários conteúdos e utilizar os aparelhos para ajudar no dia a dia. 

“No computador eu me viro com os leitores de tela, eu tenho aqui o programa NVDA (sigla de língua inglesa com tradução literal: Acesso não visual à área de trabalho). No caso, a gente só precisa do leitor de tela, porque o resto dá pra fazer, como acessar redes sociais e sites. Ele vai lendo conforme vamos descendo a tela e entrando nas páginas. Para o celular, nas configurações tem a opção de acessibilidade em que eu ativo o talk back e em tudo que for texto, ele lê. A única situação em que fico impossibilitado é com imagem”, explicou.

O que diz a empresa Faol 

“Nossa frota está adequada às pessoas com necessidades especiais. Nossos motoristas e fiscais fizeram um treinamento para aprender a lidar com esse tipo de situação. Inclusive alguns deles fizeram um percurso próximo da garagem da empresa se locomovendo vendados, de cadeira de rodas e muletas para compreender essas inúmeras  dificuldades. Com relação a deficiência visual, realmente a maior dificuldade é embarcar. Dentro do veículo, é importante comunicar ao motorista da deficiência e explicar onde deseja descer. Depois é só aguardar chegar ao destino, onde a pessoa será informada pelo motorista”, disse o diretor da empresa Friburgo Auto Ônibus, Paulo Valente.

Aplicativos

Quando um deficiente visual solicita ajuda através do aplicativo Be My Eyes, ele manda uma notificação para vários voluntários. O app funciona conectando um deficiente visual com um voluntário. O primeiro voluntário a responder à solicitação é conectado a aquele usuário específico e recebe uma transmissão de vídeo ao vivo da câmera traseira do smartphone do usuário. A conexão de áudio permite que o usuário e o voluntário resolvam a tarefa juntos.

 

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