Defesa Civil se prepara para verão de chuvas acima do normal

Região Serrana deve registrar índice pluviométrico de 150 a 200 milímetros por mês, um dos maiores de todo o estado, alerta o Inmet
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
por Karine Knust

Enquanto o Nordeste do Brasil sofre com a seca, outras regiões já estão tendo uma pequena mostra de que este verão será de chuvas intensas. Nos últimos dias, fortes temporais, com muitos raios e trovões, vêm assustando os friburguenses e causando transtornos na cidade. E este parece ser apenas o começo, pelas previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo com o prognóstico divulgado no último dia 19 de dezembro, janeiro, fevereiro e março de 2018 devem ser marcados por chuvas acima do normal, acompanhadas de rajadas de ventos e, por vezes, quedas de granizo. Isso porque, segundo o Inmet, este verão contará com a presença do fenômeno La Niña. “Nos últimos meses, a temperatura das águas do Oceano Pacífico Equatorial, mantiveram-se abaixo da média. Esse resfriamento vem sendo observado desde agosto de 2017 e indica a permanência do fenômeno La Niña pelo menos até março de 2018”, afirma o órgão.  

Para a Região Serrana do Rio, inclusive, o instituto informou ainda que as temperaturas devem variar entre 16 a 18 graus de mínima e 26 a 28 graus de máxima neste verão. Já sobre o índice pluviométrico, a região deve registrar uma oscilação entre 150 a 200 milímetros de chuva por mês, um dos maiores índices de todo o estado.

Em Nova Friburgo, a Defesa Civil já tem intensificado os trabalhos na cidade para evitar possíveis desastres. “De maio a novembro é o período que utilizamos para fazer simulados, ir as comunidades, montar os núcleos de Defesa Civil, principalmente nos bairros mais afastados. Já nessa época do ano, de dezembro a abril, o trabalho é de sobreaviso e plantão”, afirma o secretário da pasta, coronel João Paulo Mori.

Sala de monitoramento

Além dos diversos treinamentos e sistemas de alerta instalados na cidade desde a tragédia de 2011, há pelo menos um ano a Defesa Civil de Nova Friburgo conta com uma nova ferramenta: a Sala de Monitoramento. Equipado com telas, computadores e câmeras, o espaço tem capacidade para cinco servidores e funciona como um amplo centro de informações meteorológicas para análise e envio de alertas, em caso de necessidade. Os equipamentos recebem dados atualizados a cada 15 minutos sobre os níveis pluviométricos e informes de radares e satélites.

Parte de um acordo firmado entre a Defesa Civil e a Gestão Integrada em Riscos de Desastres Naturais (Gides), a ferramenta funciona 24 horas por dia. “Antes o trabalho era feito individualmente; agora, com a sala, o monitoramento é centralizado, mais ágil e detalhado. Temos dezenas de pluviômetros no município e acompanhamos vários radares - do Rio de Janeiro, Pico do Couto, entre outros - ou seja, são muitas informações para que possamos tomar a melhor decisão na hora de realizar os trabalhos e orientar a população”, afirma Mori.

Além das telas de monitoramento, no espaço ainda é possível realizar vídeo conferências com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. O local também conta com um salão de reuniões e treinamento com quadro de comando operacional e sirenes e internet.

Prevenção

Com a combinação de dias bastante quentes e chuvosos, de fato, esse verão promete. Por isso, mais do que nunca, é preciso redobrar a atenção e os cuidados para evitar transtornos. “Antes da tragédia, era comum as pessoas não repararem a chuva fraca. Mas hoje observamos esses acumulados com mais cautela para poder tomar decisões e evitar novos desastres”, diz Mori.

Uma das medidas que podem evitar problemas maiores, inclusive, é a observação. “Quando o solo começa a ceder, a casa pode apresentar variações alarmantes. A janela tende a não fechar, começam a aparecer trincas, portas emperradas”, alerta Mori acrescentando que, “caso o morador observe essas mudanças, a orientação é que ele ligue imediatamente para o 199 da Defesa Civil. Temos toda uma equipe de sobreaviso e plantão 24 horas para vistoriar a residência e atender outros casos desse tipo”, afirma.

Atualmente, Nova Friburgo possui mais de 35 sirenes de alerta e alarme instaladas em localidades com risco iminente de deslizamentos de encostas. “Temos várias formas de tentar informar a população. Usamos todos os meios possíveis para que os cidadãos sejam avisados sobre possíveis deslizamentos e enchentes, seja pela internet, televisão, sirenes, WhatsApp. Uma das nossas principais dicas nesse assunto, inclusive, é que sempre se tenha em casa um rádio de pilha em funcionamento. Porque no caso da falta de internet ou energia, as informações vão chegar através desse aparelho. Ficar atento as informações oficiais da Defesa Civil e evitar boatos é imprescindível”, orienta o secretário.

Além desses sistemas, o município também tem disponibilizado, há pelo menos três anos, um serviço de alerta de riscos de desastres naturais por SMS. Projeto que inclusive foi ampliado recentemente pela Defesa Civil Nacional. Agora, todas as operadoras de telefonia móvel são compatíveis com o serviço gratuito de alertas e para se cadastrar basta aguardar a mensagem de texto que será enviada pelo sistema ou se registrar enviando um SMS com o CEP da residência para o número 40199.

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