Em razão da catástrofe que atingiu Nova Friburgo, muitos moradores de outras cidades e estados ficaram aflitos em busca de parentes e amigos. Visando amenizar o sofrimento dessas pessoas, os defensores públicos que vêm atuando na assistência aos vitimados criaram um blog, a fim de concentrar informações sobre pessoas procuradas por internautas (defensoriapublicanovafriburgo.blogspot.com). Ao receber solicitações de busca, a equipe da Defensoria Pública realiza um cruzamento de dados com listas de falecidos, desaparecidos, desabrigados, hospitalizados e transferidos para outros hospitais e, posteriormente, comunica o resultado ao solicitante.
Poucos dias após a instalação desta nova ferramenta, já foi possível colher o primeiro fruto. Mediante uma postagem publicada no blog no dia 20, o morador de Barbacena/MG, Fernando Elcio, informou que desde o dia da hecatombe (12 de janeiro), não tinha notícias de seus dois filhos, que moravam com a mãe em uma área de risco em Nova Friburgo.
Ato contínuo, os servidores da Defensoria empreenderam buscas e constataram que, infelizmente, um dos filhos havia falecido, juntamente com sua mãe – ex-mulher de Fernando. No entanto, ainda restava localizar a outra filha, que não constava em nenhuma das listas disponibilizadas pela Prefeitura e pelo Ministério Público.
Sensibilizada com a aflição do pai, a defensora pública Patrícia Maria Antunes, atuando em plantão no dia 23, um domingo, diligenciou à procura da pessoa que havia reconhecido o corpo da ex-mulher de Fernando e descobriu que se encontrava num abrigo no bairro de São Geraldo. Lá chegando, Dra. Patrícia pode gozar de um instante de felicidade em meio ao caos que tomou conta de Nova Friburgo. Constatou-se que a filha de Fernando estava viva e bem de saúde, na companhia de seus tios por parte de mãe, os quais também estavam, sem sucesso, tentando contatar Fernando.
Ao ser informado que sua filha passava bem, Fernando, que no dia anterior recebera a notícia do falecimento de seu outro filho, ficou muito emocionado e disse que não vê a hora de se reencontrar com a pequena Fernanda. Agora que a família já foi reunida, o próximo passo é entrar em consenso sobre a guarda da menina, que no momento se encontra com os tios.
Essa história reflete o drama vivido por muitas famílias neste período pós-catástofre. Espera-se que com o esforço dos estagiários, servidores públicos e defensores abnegados que vêm atuando em Nova Friburgo nesses dias de crise outras histórias também possam ter um deslinde ao menos parcialmente feliz, como ocorreu com Fernando e sua filha.
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