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De pai para filho: Joelson sucede Manoel na Câmara
sábado, 27 de outubro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
O filme que ultimamente vem atraindo o público retrata a vida de Gonzagão e Gonzaguinha, reis do Baião e da Música Popular Brasileira, respectivamente. O sugestivo nome do longa, “De pai para filho”, se aplica perfeitamente à situação política do atual vereador Manoel Martins e do seu sucessor na Câmara, Joelson José de Almeida Martins. Decidido a pendurar as chuteiras após quatro mandatos, Manoel do Pote encerra a sua carreira política em grande estilo: seu filho Joelson do Pote estreou em 7 de outubro com 2.643 votos, o mais votado entre os 340 candidatos ao Legislativo.“Acompanhei meu pai em todas as suas campanhas. Ao decidir sair da vida pública, ele [Manoel] achou que era hora de passar o bastão e me convenceu a sair candidato, afirmando que eu tinha chance de me eleger. Deu certo. Eu já pedi muitos votos para meu pai e ele foi fundamental nessa campanha. A nossa vitória é fruto de união e de muito trabalho”, avalia Joelson. “A gente não trabalha só na época de campanha. Durante quatro anos de cada gestão, a gente nunca parou de trabalhar, tivesse ou não mandato. E o resultado apareceu novamente”, acrescenta.Se a história é mesmo de pai para filho, Joelson avisa que o seu mandato, a partir de 1º de janeiro, “será uma continuidade da atuação de Manoel do Pote”. Formado em engenharia civil, o campeão de votos diz que irá se inspirar no lema da coligação que o elegeu e também no amigo e aliado, Rogério Cabral, futuro prefeito. “Estou imbuído do espírito de recriar Nova Friburgo. Tenho muitos projetos para apresentar, principalmente, na minha área”, disse, referindo-se a questões relativas ao uso do solo, plano diretor, legalização e orientação sobre imóveis. “A tragédia de 2011 provou mais uma vez que é preciso organizar a cidade. Existem leis que não são cumpridas e há muitos projetos que precisam ser discutidos para que Nova Friburgo avance”, acentua.Joelson cita, por exemplo, a Lei Mais Valia, aprovada em 2009, para incentivar a legalização de obras já construídas no município. Conhecedor do tema, ele diz que a proposta não serviu aos seus propósitos e apenas impôs valores exorbitantes aos contribuintes. “A modificação do Mais Valia depende do [Poder] Executivo e já estamos conversando com o prefeito eleito para que ele apresente uma nova proposta, logo em janeiro”, anuncia.O vereador eleito faz elogios rasgados ao prefeito eleito. Vários fatores os unem: moram no terceiro distrito, ambos têm origem rural e no ano passado deixaram juntos o PSB de Saudade e Glauber Braga para fundarem o PSD, partido pelo qual Rogério e Joelson se elegeram. Para o futuro parlamentar, embora tenha sido secretário de Conselheiro na gestão da ex-prefeita, em 2007/2008, o ex-partido “é uma página virada”. Joelson diz que ele e o pai—o único vereador eleito pelo PSB em 2008—foram vítimas de “discriminação” por parte da cúpula do PSB.“Em 2008, meu pai foi o único vereador eleito pelo PSB. Só que, naquela campanha e depois da eleição, começou uma pressão muito grande. O partido só elegeu o mais votado [Manoel do Pote] mas o interesse da cúpula do partido era por outros candidatos. Isso provocou uma discriminação em relação ao meu pai e depois comigo, quando anunciei que seria candidato a vereador. Então, resolvemos, junto com o Rogério Cabral que também era do PSB, mudar de partido [fundaram o PSD]. A eleição provou que fizemos a escolha certa. O resultado mostra que tanto eu como Rogério fizemos a opção correta. O PSB é página virada”, reitera.Joelson avalia que a sua postura em relação ao prefeito eleito será de “grande parceria”. Ele diz estar pronto a ajudar no que for possível. No entanto, só descarta um eventual convite para se licenciar da Câmara para assumir alguma secretaria municipal. “Fui eleito vereador e quero ficar na Câmara onde acredito que poderei ser muito útil”, destaca. “Conheço Rogério há muitos e muitos anos. Ele foi vereador com papai, presidente da Câmara e depois deputado e o nosso grupo político sempre esteve junto. A nossa relação será de parceria. Ele [Rogério] é a pessoa perfeita para Nova Friburgo e a expectativa de seu governo é a melhor possível. Seu grupo está forte e unido e quem conhece sabe que o prefeito eleito vai fazer tudo para realizar um bom governo. A expectativa é a melhor possível”, acredita.Indagado sobre a possibilidade de vir a disputar a presidência da Câmara no biênio 2013/2014, o vereador mais votado adota uma postura cautelosa e conciliadora. Segundo ele, os três vereadores do PSD [ele, Márcio Damazio e Gustavo Barroso] estão conversando sobre a questão e afirmou que existem entendimentos adiantados—é provável que o nome indicado seja o de Márcio Damazio.Joelson termina a entrevista agradecendo a expressiva votação, destaca o incansável trabalho de sua equipe e cita carinhosamente a esposa Soraya e os filhos José Manoel e Daniel. Invertendo o sugestivo nome do filme para “De filho para pai”, manda um recado para seu antecessor: “Ele é tudo pra mim”, diz em tom emotivo.
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