De janeiro a setembro, Friburgo acumulou quase 700 demissões

Comércio foi o setor que mais dispensou, mas também o que mais registrou contratações
terça-feira, 01 de novembro de 2016
por Dayane Emrich
De janeiro a setembro, Friburgo acumulou quase 700 demissões

Nova Friburgo tem registrado, há mais de um ano, o encerramento de diversas vagas de trabalho com carteira assinada. Em setembro, assim como nos demais meses deste ano — com exceção de abril — a quantidade de demissões no município superou o número de contratações. A informação é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho no fim da última semana. 

De acordo com o documento, no cenário de crise econômica, setembro foi o quinto mês consecutivo em que a cidade demitiu mais trabalhadores do que contratou. Ao todo, foram 1.143 demissões contra 1.113 admissões, um saldo de menos 30 vagas, ou seja, uma pessoa demitida por dia no município, durante os últimos 30 dias.

Divididos por setores — como extrativa mineral, indústria da transformação, serviço industrial de utilidade pública, construção civil, comércio, serviços, administração pública e agropecuária — o Caged detalha as áreas que mais abriram e fecharam vagas em cada mês. 

Entre os setores que mais se destacaram em setembro estão o comércio, com menos 386 postos de trabalho; seguido pela indústria da transformação, que demitiu 381 pessoas; e os serviços, que fecharam 304 vagas de carteira assinada. Embora esteja entre os que mais demitiram, o setor de comércio foi também o que mais contratou; foram 426 admissões, o que gerou um saldo positivo de 40 novos postos de trabalho.

Apesar do resultado negativo, o saldo de setembro foi melhor que o registrado em agosto deste ano, quando as demissões superaram as contratações em 104 vagas. Comparado a setembro de 2015, o resultado também foi melhor, já que, na ocasião, os desligamentos excederam as admissões em 148 vagas. 

Ainda assim, o resultado de 2016, no acumulado do ano, não é nem um pouco favorável. De janeiro a setembro foram fechadas 693 vagas. No mesmo período de 2015, o saldo foi de menos 638 postos de trabalho. 
Para se ter ideia da gravidade da situação, em 12 meses (de setembro de 2015 a setembro de 2016) a cidade acumula uma perda de 1.846 vagas. 

Trabalhando desde os 18 anos, Léia Moreira, hoje aos 28, conta que nunca passou tanto tempo desempregada. “Eu trabalhava em uma casa, como cuidadora de idosos, mas fui dispensada em janeiro deste ano e ainda não consegui me recolocar”, disse ela, acrescentando: “Minha irmã, que trabalha no comércio, também perdeu o emprego, há dois meses. Começamos a tentar vaga em outros ramos, mas até agora não fomos chamadas. Não dá para ficar em casa parada vendo as contas se acumularem”, reclama. 

Mesmo com a aproximação das festas de fim de ano — como Natal e Réveillon — e a esperada melhora nas contratações no comércio, o setor, pelo menos até agora, não demonstra grande expectativa para a contratação de temporários. 

Carlos Moura, dono de uma loja de roupas no centro da cidade, conta que este ano não contratará. “Tenho dois funcionários e pretendo me virar com eles. Ao que tudo indica as vendas não serão das melhores, então, não pretendo reforçar a equipe neste período”, afirmou. 

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TAGS: economia
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