"Só eu sei tudo o que passei para estar ali. As dificuldades nos treinos, a vontade de desistir em alguns momentos"
Em grande fase no Ultimate, Marlon nocauteou Jimmie Rivera, no último dia 1º, com apenas 33 segundos do primeiro round, na luta principal do UFC Utica, em Nova York, nos Estados Unidos. “The Magic” tirou um chute certeiro da cartola, atingiu o rosto e derrubou o adversário, que estava invicto há anos na organização. O atleta friburguense também levou o bônus de US$ 50 de mil pela performance no duelo.
A tendência é que Marlon conquiste a chance de desafiar o campeão da categoria, que sai da disputa entre TJ Dillashaw, atual campeão, e Cody Garbrandt. Desta forma, em sua próxima visita à terra natal, existe uma boa possibilidade de trazer o sonhado cinturão na bagagem. Durante a conversa com os jornalistas de Nova Friburgo, Marlon garantiu estar preparado para chegar ao topo da categoria peso galo e revelou a preferência por um adversário em especial.
“A luta que eu quero fazer é contra o Dillashaw. Vou torcer por ele, e espero essa oportunidade. É a luta que todo mundo comenta e quer lá nos Estados Unidos. Eu me sinto preparado para fazer uma boa luta e conquistar o objetivo de trazer o cinturão para Nova Friburgo”, disse Marlon.
Durante entrevista coletiva no Cadima, Marlon relembrou momentos importantes da carreira e fez algumas revelações interessantes sobre os bastidores da vitória sobre Rivera. De acordo com o friburguense, os momentos que antecedem a luta são os piores, e na medida em que os lutadores vencem ou são derrotados nos combates anteriores, a expectativa e a ansiedade apenas aumentam.
“Nós temos uma equipe, com lutadores experientes, que também vive isso. Contudo, por mais que eles possam orientar, apenas eu sei tudo o que passei para estar ali. As dificuldades nos treinos, a vontade de desistir em alguns momentos. A preparação é forte, longa, e tudo pode terminar em poucos segundos. Quando a porta do octógono fecha, sou eu e o oponente, e o juiz está ali apenas para interromper o combate”, comentou o lutador.
Ainda segundo Moraes, o chute que nocauteou Rivera no início deste mês foi um golpe bastante treinado, ensaiado e repetido com o mestre friburguense de muay thai Anderson França poucos instantes antes da luta.
“Nós temos aquele momento final de preparação antes da luta começar, ainda nos vestiários. Os meus outros treinadores já estavam indo trocar de roupa, quando o Anderson me chamou e pediu para que eu repetisse aquele chute mais cinco vezes. Isso minutos antes da luta começar. Na verdade, eu treino este chute desde que eu comecei no muay thai, mas ali no octógono é tudo muito rápido. Eu poderia, por exemplo, não ter dado nenhum chute durante toda a luta. Mas, graças a Deus, tive a oportunidade e consegui acertar”, comentou Marlon Moraes.
Ex-campeão peso-galo (61 quilos) do WSOF, o friburguense chegou a vencer 13 lutas consecutivas na antiga organização. Aos 30 anos, coleciona na carreira um cartel com 21 vitórias, cinco derrotas e um empate. Nos compromissos anteriores pelo Ultimate, perdeu por decisão dividida para Rafael Assunção; derrotou John Dodson por decisão dividida e venceu Aljmain Sterling por nocaute.
Marlon permanece por duas semanas no Brasil, e retorna para os Estados Unidos em seguida para retomar a rotina de treinos. A expectativa do lutador é voltar a lutar em novembro ou dezembro deste ano.
Marlon Moraes
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