Pensando nisso, as empresas especializadas apostam cada vez mais em alta tecnologia. Em Nova Friburgo, o casal Paulo e Rosane Chelles, ainda nos anos 80, deu início a uma nova proposta de moda íntima, elaborando peças que utilizavam tecidos que, até então, só eram vistos nas passarelas. Nascia, assim, em 19 de agosto de 1987, a De Chelles Lingerie.
A Fevest é muito importante para a divulgação das empresas do polo
“Tínhamos duas filhas para criar e precisávamos firmar residência em Friburgo, pois estávamos há 10 anos fora. Pensamos em iniciar em outro campo profissional e foi aí que lançamos uma nova proposta para se fazer lingerie. Por que não ousar e usar tecidos e formatos diferentes daqueles que já eram usados tradicionalmente, há anos? Por que não transformar moda íntima em moda, efetivamente? Tratamos nossa lingerie como uma obra de arte!”, revela o casal. Hoje, além da loja-conceito na cidade, das multimarcas e de butiques espalhadas pelo Brasil que trabalham exclusivamente com os produtos da marca, a De Chelles exporta ainda para os EUA, Japão, Itália, França, Chile, entre outros países.
O diferencial da De Chelles é apostar sempre nas tendências internacionais e no feeling das estilistas da empresa, uma vez que as pesquisas são feitas em feiras especializadas no exterior e em cadernos de tendências. As peças são confeccionadas seguindo critérios de qualidade e bom gosto. A De Chelles Acqua, linha praia, por exemplo, apresenta em sua coleção Primavera/Verão 2015/2016 – lançada no Salão Moda Brasil em junho – tecidos com fibras nobres, voils, malhas, linhos, todos com estampas exclusivas de designers internacionais e nacionais. A coleção traz também saídas de praia como saias, vestidos longos e a tendência forte do neoprene – um tipo de borracha sintética desenvolvida originalmente para substituir a borracha natural – para a próxima estação. Algumas das peças da coleção serão apresentadas durante a Fevest no domingo, 2. “Traremos novidades também para o público plus size!”, garantem os Chelles.
Mesmo com a invasão dos produtos chineses e num momento de crise econômica, uma matéria recente publicada pelo jornal britânico “The Guardian” destaca que o setor é um dos poucos no Brasil que trabalham com perspectiva de crescimento para 2015. Segundo Paulo e Rosane, o país tem sido, nos últimos anos, um referencial de moda pra todo o mundo. E que consegue contornar as dificuldades justamente por inovar e buscar alternativas nos momentos de crise. “Acreditamos, sim, que o mercado interno se beneficiará de alguma forma, pois os grandes magazines, com essa alta do dólar, se voltarão em busca de parceiros nacionais, pois a importação se torna um tanto inviável neste momento”, complementam.
Sobre a importância da Fevest para o setor, Paulo e Rosane são incisivos: “A Fevest é muito importante para a divulgação das empresas do polo. Um encontro marcado entre fornecedores, fabricantes e clientes. Mais que isso: é a confirmação do título conquistado de Capital da Moda Íntima – reconhecido pelo governo estadual – no país”.
Paulo Chelles
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