jornalista e Bacharel em Direito, o colunista de A Voz da Serra David Massena teve uma de suas crônicas selecionada para representar Nova Friburgo no livro de Arnaldo Niskier intitulado “Crônica para a cidade amada”, que teve curadoria local do Professor Marcelo Verly, Secretário Municipal de Educação e da Professora Márcia Daflon.
A publicação é uma homenagem da Academia Brasileira de Letras para os 200 anos da Biblioteca Nacional. A obra é composta de 92 crônicas de cada um dos municípios fluminenses. O evento aconteceu na segunda-feira, 1º de agosto, às 17 horas, no prédio da Biblioteca Nacional, com noite de autógrafos reunindo os cronistas e o organizador, e contou com as presenças da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, do vice-governador Pezão, do prefeito do Rio, Eduardo Paes, do presidente da Funarte, presidente da ABL, do presidente da Biblioteca Nacional e do professor Marcelo Verly, secretário de Educação de Nova Friburgo, representando o prefeito Dermeval Barboza Moreira Neto.
Quem é Arnaldo Niskier
Sétimo ocupante da Cadeira nº 18, da Academia Brasileira de Letras, eleito em 22 de março de 1984, na sucessão de Peregrino Júnior e recebido em 17 de setembro de 1984 pela acadêmica Rachel de Queiroz. Recebeu os acadêmicos Murilo Melo Filho, Carlos Heitor Cony e Paulo Coelho.
Arnaldo Niskier nasceu no Rio de Janeiro, em 30 de abril de 1935. Filho de Mordko Majer Niskier e Fany Niskier.
Bacharel em Matemática (1957) e licenciado em Matemática (1958) pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Uerj); bacharel em Pedagogia (1961) e Pedagogia (1962) pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Uerj). doutor em Educação (1964), em decorrência de aprovação no concurso para Livre Docência (Uerj). Catedrático por concurso (1968) de Administração Escolar e Educação Comparada (Uerj). Titular de História e Filosofia da Educação da Uerj, aposentado em 1995.
O REPRESENTANTE DE NOVA FRIBURGO
David Massena Gracioli nasceu em Cataguases em 13 de fevereiro de 1961. Filho de Thereza e Enylon Massena Gracioli, é o terceiro de cinco filhos. Muito cedo se transferiu para Nova Friburgo, onde estudou no Externato São José, Colégio Anchieta da Companhia dos Jesuitas do Brasil e Colégio Cêfel.
Aos dez anos iniciou sua carreira artística no teatro, no espetáculo “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry, adaptado pelo professor Mario Castillo, sob a direção de Zelma Mussi. Em 1972 ingressou no Grupo de Artes do Sesc, com direção de Luis Carlos Guaraldi, tendo conquistado o Troféu Glauce Rocha de Melhor Ator do Festival Estadual de Teatro em 1974, aos 13 anos de idade. Aos quatorze anos iniciou seus estudos em dança, pelas mãos de Regina Branco Wilkes, profissionalizando-se como bailarino através de aulas com Eugenia Feodorova, Nino Giovanetti, Lenie Dale, Marly Tavares, Denis Gray, entre outros. Integrou as Companhias Josey Leão, Ismael Guiser e Joyce Kerman em São Paulo, tendo participado do elenco de diversos espetáculos musicais. Em 1986 atuou na novela Selva de Pedra, remake da obra de Janete Clair, na Rede Globo de Televisão. Em 1988 ao lado de Marga AbiRamia atuou no espetáculo Alzira Power de Antonio Bivar. Foi produtor de desfiles de moda nos anos 70 e 80, estilista, indicado para o Prêmio Santista de Moda na década de 80, desenhando coleções para grifes como Bedini, Fierone, Emporium Bassan, Stroke, além dos ateliês de Nei Galvão, Clodovil Hernandez e Mme. Boriska.
Como jornalista, foi locutor do jornal do SBT, trabalhou na Rádio Caledônia FM, apresentou o Programa Sesc Memória e foi comentarista de carnaval por 5 anos pela TV Zoom e 4 anos pela Rádio Sucesso FM, foi Editor do jornal Tribuna do Advogado da OAB-RJ e é cronista há mais de 30 anos no jornal A Voz da Serra. É formado em Cerimonial Público pelo Gimarp SP, onde foi aluno de Gilda Fleury, com cursos de extensão em Relações Humanas pela Universidade Gama Filho e Atendimento ao Público. É, ainda, bacharel em Direito. Foi secretário de Comunicação Social em Nova Friburgo, no governo do então prefeito Paulo Azevedo, consultor de empresas e assessor de imprensa do Cadima Shopping, diretor de Marketing do Friburgo Shopping, atuando como consultor na montagem das casas noturnas Victória Mundi, Partys Piano Bar, Double Drink, Boliche In Clube, Manhattan, Emporium, La Estância e 1930 Café & Pub.
Autor do livro “Nova Friburgo - Da Geração Bendita à Capital da Moda Íntima”, que retrata a cidade serrana no apogeu dos movimentos culturais. É Cidadão Friburguense e Benemérito do Estado do Rio pelos serviços prestados à cultura. Foi assessor da Secretaria de Cultura de Nova Friburgo, onde ocupou o cargo de coordenador de Projetos Especiais e diretor da Casa de Cultura. Foi assessor de Imprensa da Chopperia Mais 1 e colaborou como cronista convidado da Revista Valentina e do Portal Samba Friburguense. Foi assessor de comunicação da Prefeitura de Teresópolis e apresentou os programas Debates A Voz da Serra e Agenda Eletrônica, na Luau TV, no canal 5 da rede RCA.
Detentor do prêmio Zuenir Ventura de Melhor Colunista Social de 2009 pela Associação Friburguense de Imprensa, é secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Nova Friburgo.
NOVA FRIBURGO É UM POEMA
Tenho tentado escrever sobre a cidade que amo, Nova Friburgo, mas choro palavras compulsivamente sem fechar sequer um parágrafo. Não é o escuro que limita minha alma. Nem a falta de sonhos diante da lama e da dor. Tampouco a água escassa que muda meus modos mas permanece a respingar na vidraça. A fazer do pó a lama. Não. É o coração partido em minúsculos cacos, incapazes de, se recolhidos, formarem ao menos um quebra-cabeças. Tenho buscado inspiração. Mas os olhos não têm sido cúmplices neste momento de permanente impotência diante desta presença desconhecida. Algo que estranhamente invadiu os meus dias, tirou o chão dos meus pés e modificou minhas verdades...
O céu de intenso azul se rasga em riso. Faz brilhar as gotículas da chuva de ontem sobre as folhagens multitonadas de verde, na paisagem que se abre diante da janela. As montanhas arranhadas ainda desenham suas curvas e formas escondendo um horizonte pleno em sonhos que existe. É real ! É a vida que em raios descortina a cidade e agita minha alma como um vento súbito que anuncia novos dias, novos tempos ...Nova Friburgo.
Linda menina que acorda do susto e se depara com a tristeza. Mas a nuvem branca que risca um traço no azul do céu guia meus olhos para a cidade serena e bela. Dos suíços desbravadores, dos alemães trabalhadores, dos portugueses, libaneses, espanhóis, entre tantos outros povos que fizeram da força do trabalho a sua bandeira. A música das pás e enxadas ganha força. Força de homens que por sua própria história têm motivo de sobra para soerguer a cada dia, reerguendo aspirações, reconstruindo sonhos e redescobrindo a cidade amada.
Os lírios amarelos se empinam em flor, o colibri na agilidade dançando sinaliza a vida que pulsa, ávida por novos ares, destemida e impávida, capaz de me refazer por inteiro, redescobrindo palavras e fazendo-me instrumento para esse novo tempo que precisamos começar hoje. A partir do agora. Cada qual em seu íntimo, à sua maneira, mas olhando pela janela da alma e permitindo que a lama se faça tinta escrevendo novas histórias de uma sempre renovada Nova Friburgo.
Minhas verdades não serão mais as mesmas. E o mínimo que podemos fazer é mudar. Pela honra dos que se foram. Em memória aos nossos mortos que tingem na paisagem novos tons, novas flores, sabores e sons. A música não é mais a mesma. Nossa forma de amar não é mais comum. Amamos com mais intensidade, percebemos hoje quem sequer notávamos a existência no ontem. Nosso amanhã já é pleno de esperanças renovadas porque nos tornamos novos, sem pretensões de juventudes, vaidades e desejos pessoais, solidários que temos sido com nós mesmos.
Nova Friburgo é a própria poesia, escrita por todas as mãos... com palavras choradas, ritmadas no compasso do coração, em versos fluídos de almas que amam e que se descobrem a cada dia, desnudando um sentimento único. Forte, voraz, misto de paixão e loucura, pleno e impetuoso. Nova Friburgo, a cidade que amo, é hoje um poema. Em todas as línguas, de todas as gentes, sofridas, vividas e renascidas na igualdade da dor.
Nova Friburgo, 20 de janeiro de 2011.
David Massena
Deixe o seu comentário