Kiko Moraes
Minhas viagens começam quando decido para onde ir. Nesse exato momento já me sinto tomado por uma imensa vontade de explorar todos os aspectos do local escolhido. Assim começo minha viagem, antes mesmo de botar o pé na estrada.
Mas, o que move essa incontrolável vontade de viajar? Em mim, é essa emoção, essa sensação maravilhosa de antecipar, usando a imaginação, os novos lugares, sua gente, seus costumes, ruas, arquitetura que vou encontrar. Se eu for contabilizar, passo boa parte do ano viajando. Porque minhas viagens são alongadas pelo antes, durante e depois, desde que começo a planejar até a sua realização, se estendendo depois pelas lembranças.
O frio na barriga, o coração acelerado é sempre o mesmo desde quando saí do país pela primeira vez. É como estrear cada vez que embarco. Antes, pesquiso tudo: hospedagem, localização do hotel, melhor forma de me locomover pela cidade, visitas, tour, restaurantes. Desta forma, consigo fazer tudo dentro do curto espaço de tempo, até onde a grana permitir.
Viajar é um grande aprendizado. Não só pelo fato de conhecer outras culturas, mas também de autoconhecimento. Isso inclui desde sentir toda a energia que emana do alto de Machu Picchu (Peru), a se aventurar por estradas desconhecidas em um carro alugado, contando somente com a voz de um GPS. Ou, até mesmo testar a coragem nas emocionantes montanhas russas dos parques da Universal (Orlando, Flórida).
A cada viagem, volto me sentindo uma pessoa melhor, me conhecendo mais.
Outro ponto fundamental numa viagem é a companhia, caso não queira viajar sozinho. Ela tem que estar afinada com você, ter os mesmos interesses. Se você é curioso e tem uma tremenda sede de saber, se pretende esmiuçar a cultura e a arte, os costumes do lugar e de seus moradores, viaje com uma pessoa que esteja disposta a viver com a mesma intensidade. Do contrário, você poderá voltar frustrado. E, francamente, esse deve ser o último sentimento que você deve ter ao voltar de uma viagem tão planejada, tão desejada.
A gente sai pelo mundo para curtir ao máximo, provar todas as sensações, deixar a dieta de lado e experimentar todas as delícias da culinária local. E bater perna, visitar museus, fazer mil fotos, revelando uma boa parte delas. Assim você não corre o risco de perdê-las e, quando sentir saudade, é só dar uma olhada nelas. E aí, como num passe de mágica, a gente viaja de novo!
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